Defesa de flamenguista preso diz que morte de palmeirense foi “fatalidade”
Advogada afirma que Jonathan Messias Santos da Silva é “homem de família”; ele deve ser ouvido nos próximos dias pelo DHPP
atualizado
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São Paulo – A advogada do flamenguista preso nessa terça-feira (25/7) pela morte de uma torcedora do Palmeiras em uma briga de torcida no último dia 8 disse ao Metrópoles que o suspeito é um homem “de família” que se envolveu em uma “fatalidade”. Jonathan Messias Santos da Silva, de 33 anos, deve ser ouvido nos próximos dias pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
“Ele não é um baderneiro. É um homem de família e vai ao estádio desde novo com o irmão. Isso foi uma fatalidade”, diz a advogada Carolina Dias.
A defensora ainda comparou o episódio que vitimou Gabriela a um acidente de trânsito. Segundo ela, a defesa ainda está analisando os autos para traçar uma estratégia para o caso.
Jonathan chegou a São Paulo durante a madrugada. Ele ou a noite no 8º Distrito Policial, no Brás. A expectativa inicial, de acordo com a delegada Ivalda Aleixo, era que Jonathan fosse ouvido ainda nesta quarta-feira (26/7). Os advogados do suspeito, no entanto, ainda estão no Rio de Janeiro e aguardam o depoimento ser agendado para vir a São Paulo.
“A defesa precisa estar presente no depoimento. Senão, seria possível pedir a nulidade do ato processual. Mas eu já conversei com a delegada e eles parecem ser bem corretos”, disse a advogada.
Identificado por reconhecimento facial
Jonathan Messias foi identificado pela Polícia Civil por meio do sistema de reconhecimento facial do Allianz Parque. Horas após a briga, o suspeito teria entrado no estádio para assistir à partida válida pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro.
De acordo com o delegado Antonio Carlos Desgualdo, a polícia conseguiu identificar a partir de um cruzamento entre os vídeos da briga que o estilhaço que atingiu Gabriela partiu da garrafa jogada por Jonathan.
Troca de camisa
De acordo com decisão assinada pela juíza Marcela Raia de Sant’Anna, que decretou a prisão temporária de 30 dias do torcedor carioca, nessa segunda-feira (24/7), Jonathan Messias Santos da Silva, 33, usava uma blusa cinza durante a briga na qual a vítima foi ferida, no último dia 8. Gabriela morreu dois dias depois.
Em sua decisão, a magistrada destaca relatório do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no qual é mostrado que Jonathan “na tentativa de não ser identificado” trocou a blusa, no momento do arremesso da garrafa, “por uma camiseta do time Flamengo, de cor predominantemente branca”.
Corte na jugular
Gabriela Anelli Marchiano, de 23 anos, morreu na manhã do último dia 10 em decorrência de um ferimento na jugular. O laudo da perícia indica que ela foi atingida por um estilhaço de uma garrafa de vidro que se chocou contra o tapume que separava torcedores de Flamengo e Palmeiras.
A investigação da Polícia Civil aponta que ela estava envolvida na briga de torcida. A jovem, integrante da Mancha Verde, e um grupo de torcedores do Palmeiras teriam entrado no espaço designado à torcida do Flamengo momentos antes de as garrafas serem arremessadas, dos dois lados.
O corpo de Gabriela foi enterrado no Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes, Grande São Paulo. O velório contou com a participação de torcidas organizadas do Palmeiras, que cantaram hinos e prestaram homenagens à torcedora.