Crianças torturadas em adega dizem que seriam amarradas nuas em poste

São Paulo – As três crianças, de 8, 9 e 11 anos, que foram encontradas amarradas nuas dentro de uma loja de bebidas na região da República, no centro de São Paulo, estavam sendo levadas para um poste na rua, por funcionários do local, no momento em que a Polícia Civil flagrou a agressão.

O caso ocorreu na noite de segunda-feira (13/3). Dois funcionários da adega que fica na rua Timbiras foram autuados em flagrante por tortura. Um adolescente de 16 anos, que seria parente do dono do local, também foi apreendido e encaminhado à Fundação Casa.

O proprietário da adega foi encaminhado à delegacia, mas foi solto após pagar uma fiança de R$ 1,5 mil.

Segundo a investigação, as agressões foram feitas pelos dois funcionários e o menor de idade. O dono da loja teria presenciado a cena e se omitido.

A delegada responsável pelo caso afirmou que policiais encontraram as crianças nuas e amarradas umas nas outras com uma fita de nylon, no interior da loja, no momento em que elas gritavam por ajuda.

“As crianças narram que eles diziam que iam amarrar elas no poste. Elas falam que estavam brincando, provocando eles (os funcionários), quando foram levadas para trás e obrigadas a tirarem a roupa e urinarem todos juntos. Elas foram amarradas entre si e estavam sendo levadas para um poste na frente do estabelecimento. Foi nessa ocasião que os policiais aram, ouviram e libertaram as crianças”, afirma Maria Cecília Dias, delegada titular do 2º DP, do Bom Retiro.

Os meninos de 11 e 8 anos são irmão e filho de um funcionário da adega, que não estava no local no momento da agressão. Já o de 9 anos é filho de uma vizinha do estabelecimento. Segundo os depoimentos dos responsáveis e dos agressores, as crianças costumavam frequentar o local.

As crianças ainda serão ouvidas em depoimento especial, na presença de um psicólogo.

Os suspeitos foram autuados pelo crime de tortura.