Criador de salão internacional de humor durante ditadura morre aos 85
Roberto Antonio Cêra, conhecido como Cerinha, faleceu aos 85 anos de idade em Piracicaba, no interior de São Paulo, vítima de Covid
atualizado
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São Paulo — Um dos criadores do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, no interior de São Paulo, morreu nesse sábado (19/4). Roberto Antonio Cêra, conhecido como Cerinha, faleceu aos 85 anos de idade.
A informação foi divulgada pela Secretaria de Cultura de Piracicaba na manhã deste domingo (20/4), por meio de uma nota nas redes sociais.
“Visionário e apaixonado pela cultura, foi incentivador das artes, da comunicação e da liberdade criativa. Seu legado vive nas muitas iniciativas que ajudou a construir e na memória afetiva de uma Piracicaba mais criativa e mais plural”, diz a nota.
Cerinha estava internado no Hospital Santa Casa de Piracicaba, e morreu vítima de Covid, de acordo com informação publicada em seu perfil oficial no Facebook.
Quem foi Cerinha, um dos criadores do Salão Internacional de Humor de Piracicaba
- Nascido em 12 de setembro de 1939, em Piracicaba, Roberto Antonio Cêra estudou na Faculdade de Direito de São João da Boa Vista, e trabalhou no Banco do Estado de São Paulo (Banespa), por onde se aposentou.
- O grande destaque de sua trajetória, no entanto, o Salão Internacional de Humor de Piracicaba, iniciativa que idealizou junto de nomes como Luis Antônio Lopes Fagundes, Ermelindo Nardin e Luiz Mattiazzo.
- Cêra tentou pôr a ideia em prática ainda em 1972, mas o Salão só surgiu oficialmente em 1974, em meio à Ditadura Militar. O medo da censura era frequente entre os cartunistas e intelectuais que frequentavam o espaço.
- Apesar disso, “já a partir do terceiro ano o evento se tornou Internacional e posicionou Piracicaba no mapa do humor gráfico mundial, atraindo a atenção e talentos de diversas partes do mundo”, afirma o site da iniciativa.
- Em 2016, uma rua no loteamento Terra Nova ganhou o nome de Roberto Cêra.
O Salão Internacional de Humor de Piracicaba foi fundado em 1974, durante a ditadura militar, como forma de trazer um olhar crítico ao regime e aos problemas da sociedade por meio do desenho de humor.
A página oficial do Salão prestou homenagem a Cerinha: “Esteve desde o início entre os que pensaram e ajudaram na criação de nosso evento. É responsável pelo vídeo histórico que retrata as primeiras edições do SIHP e de um grande acervo de fotos que contam a nossa história”.
