Cracolândia tem manhã tranquila após movimentação de fluxo e protesto
Após novo deslocamento do fluxo de usuários e protesto de moradores, região da Cracolândia não registra ocorrências nesta sexta (10/11)
atualizado
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São Paulo — Após um dia conturbado, a região da Cracolândia, no centro de São Paulo, teve uma manhã “tranquila” e sem ocorrências policiais durante a madrugada e início de manhã desta sexta-feira (10/11). Nessa quinta (9/11), o dia foi marcado pela movimentação do fluxo de usuários para a Rua Mauá, que foi bloqueada por um protesto de moradores.
De acordo com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), o fluxo segue concentrado na Rua dos Protestantes, esquina com a Rua General Couto Magalhães, a 200 metros da Rua Mauá — a via possui duas portas de o à Estação da Luz, um dos principais pontos de integração do transporte sobre trilhos da capital paulista. São três linhas de trem e mais duas de metrô no local.
A movimentação do fluxo motivou o protesto de um grupo ligado ao Movimento de Moradia na Luta por Justiça (MMLJ) no final da tarde de quinta-feira. A manifestação bloqueou o começo da Rua Mauá, na entrada da estação, com o objetivo de impedir a agem de usuários para o local.
Segundo Ivaneti Araújo, coordenadora do MMLJ, o deslocamento dos usuários de drogas para a rua atrapalha o direito de ir e vir das pessoas e até tarefas rotineiras, como a retirada de lixo das casas. Ela diz que os usuários são tão vítimas quanto eles, mas a situação é insustentável.
“Existe uma política de carregar o povo em situação de rua de um local para outro, não tem um atendimento digno para essa população. Estamos aqui há mais de 18 anos, temos crianças que precisam ter o a escolas, famílias com direito de ir e vir e agora estamos aqui limitados, com nossos direitos violados. A gente não consegue nem jogar o lixo na rua. Eles usam drogas e o cheiro entra para dentro do prédio.”
Invasão
Na terça-feira (7/11), dezenas de usuários de crack entraram em confronto com forças de segurança após invadirem a estação por um portão lateral, que normalmente fica fechado. Imagens gravadas por quem vive nas proximidades mostram a invasão, por volta das 23h14.
Antes de se tornar vizinho da Estação da Luz, o fluxo de usuários durante a noite se concentrava na esquina da Rua dos Gusmões com a Avenida Rio Branco. A presença crescente de usuários criou um cenário de insegurança. No último dia 22 de outubro, um motorista atropelou 16 dependentes químicos e alegou à Polícia Civil que tentava fugir após um assalto sofrido no local.
Autoridades
Sempre que questionada, a Prefeitura de São Paulo afirma que a aglomeração de usuários tem dinâmica própria e não é conduzida pelas autoridades.
Indagada sobre a insegurança no entorno da estação da Luz, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (TM) disse que os os da Rua Mauá, que atende as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa e 11-Coral da TM, seguem fechados por questões de segurança.
“A TM mantém à disposição dos ageiros o o à estação pelo Parque da Luz e pelo Boulevard João Carlos Martins (que liga a estação à Sala São Paulo). Os funcionários da estação estão preparados para orientar os ageiros quanto a estes os.”, disse, em nota.
Ainda não há previsão de reabertura dos portões da Rua Mauá.