Caso Vitória: preso por envolvimento foi desmentido pela esposa
Maicol Antonio Sales dos Santos disse que estava com a esposa na hora do crime. Ela, no entanto, negou e afirmou que estava com a mãe
atualizado
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São Paulo — Contradições entre o depoimento de Maicol Antonio Sales dos Santos, preso por envolvimento no assassinato de Vitória Regina de Souza, no sábado (8/3), e o da esposa do suspeito foram fundamentais para que o dono do Corolla prata — que teria sido usado no crime — fosse detido.
O suspeito disse à polícia que, na noite do desaparecimento da jovem, em 26 de fevereiro, estava em casa com a sua esposa. A mulher, contudo, desmentiu a versão e disse que, naquele dia, havia dormido na casa de sua mãe.
Ela também disse à polícia que chegou a desconfiar de uma eventual traição do suspeito, após ficar sabendo de um amigo que o carro dele – o Corolla prata – havia sido visto fora de casa. A mulher teria confrontado o companheiro sobre o boato, que foi negado por ele.
Vizinhos também desconfiaram do suspeito
Além da própria esposa, vizinhos do suspeito disseram à polícia que houve uma movimentação anormal na casa dele no dia do desaparecimento de Vitória. Ele teria ficado “entrando e saindo da garagem” e estacionado o carro dentro de casa, ao invés de usar a rua, como era o costume.
Uma vizinha disse à polícia que ouviu ele dizendo a amigos que o carro teria “ficado bom”.
No pedido de prisão preventiva, a juíza Juliana Franca Bassetto Diniz Junqueira escreve que “não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento [do suspeito] com os fatos investigados”.
Além das versões contraditórias dos depoimentos dadas por ele, a juíza apontou uma possível tentativa de obstrução da justiça por parte do dono do carro, já que, após o envolvimento do Corolla prata ter sido publicado na imprensa, o dono do veículo teria conversado com os vizinhos pedindo ajuda para desmentir a “fake news”.
O suspeito foi preso na tarde de sábado e levado para a delegacia de Franco da Rocha, onde ou por audiência de custódia e exame de corpo de delito. Na manhã deste domingo (9/3), ele foi encaminhado para a delegacia de Cajamar onde deve permanecer sob custódia. Ele ou por audiência de custódia e a prisão temporária tem prazo de 30 dias.
Relembre o crime
- Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde do dia 5 de março em uma área rural de Cajamar, na Grande São Paulo.
- Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
- Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição.
- A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
- Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público.
- Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
- Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo.
- Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um sentou atrás dela.
- Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção à sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Tá de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.
- Pelo menos sete pessoas são investigadas pelo crime.
- O delegado responsável pelo caso diz que “provavelmente foi crime de vingança”.