Bisavô já tinha ameaçado família antes de explosão que matou bebê
À polícia, pai da bebê de 4 meses morta após explosão na casa que morava contou que o bisavô da criança tinha ameaçado a família de morte
atualizado
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São Paulo — Euclides Ferreira, de 73 anos, preso em flagrante na manhã desta terça-feira (22/4) por ter causado uma explosão que matou a bisneta, uma bebê de 4 meses, na zona norte de São Paulo, já havia ameaçado a família de morte anteriormente, conforme contou o pai da vítima à polícia.
Segundo o boletim de ocorrência (B.O.) obtido pelo Metrópoles, Vinícius de Medeiros Bispo morava com a companheira, neta de Euclides, a enteada e a filha no andar de cima do imóvel que Euclides era dono, que vivia na parte baixo.
Vinícius contou que o homem sempre o tratou mal, que corria atrás dele com uma faca e o ameaçava de morte, mas nunca havia registrado um boletim de ocorrência porque acreditava que Euclides tinha “problemas psicológicos”. O depoente também relatou às autoridades que entrou em luta corporal com Euclides, dois meses atrás, quando ambos se agrediram mutuamente, mas sem acionamento da polícia.
De acordo com Vinícius, o suspeito entrava em conflito com a neta constantemente, porque queria que os inquilinos deixassem a residência. A testemunha afirmou que, apesar do “inferno”, a família convivia com Euclides, porque estava desempregada e não tinha como pagar aluguel.
Explosão
Na noite anterior à explosão, Vinícius contou que viu Euclides entrando no imóvel com um botijão de gás e estranhou a ação, visto que o homem havia comprado outro botijão havia pouco tempo.
Por volta das 6h desta terça-feira (22/4), Vinícius acordou com a explosão e com a enteada dizendo que havia quebrado a perna no ocorrido.
Euclides teria tentado fugir do local logo após o ocorrido, mas foi detido na rua ao lado. Por estar com muitas queimaduras, ele foi socorrido sob escolta ao pronto-socorro do Hospital Geral Vila Penteado.
Na unidade de saúde, Euclides contou que, na manhã desta terça, abriu o botijão, mas que o objeto estava vazando gás e não conseguiu mais fechar. Duas horas depois, ele contou que ascendeu um isqueiro no quarto para iluminar o local e achar o celular e que, nesta hora, houve a explosão. Euclides ainda contou que “tem muitos problemas com a sua neta e companheiro, que moram na parte de cima”.
O suspeito é acusado pelos crimes de explosão, lesão corporal qualificada e homicídio qualificado. A polícia pediu a prisão preventiva de Euclides.
Bebê de 4 meses morta
As vítimas feridas foram encaminhadas ao Hospital Brasilândia, onde foi constatada a morte do bebê de 4 meses, chamada Maitê Alice Ferreira Medeiros. Segundo os médicos, a criança já chegou na unidade de saúde sem vida. Ela chegou em parada cardíaca, escoriações na face, entre outros ferimentos.
Ainda de acordo com a equipe médica, a vítima foi resgatada dos escombros após 20 minutos e ou por manobras de reanimação, mas não resistiu e morreu.
O que aconteceu
- A ocorrência foi na Avenida Humberto Gomes Maia, no numeral 351.
- Dez viaturas do Corpo de Bombeiros foram empenhadas na ocorrência, que teve início por volta das 6h17 desta terça.
- Informações preliminares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros apontam que houve uma explosão ambiental motivada por vazamento de gás de cozinha (GLP) na residência, o que causou o desabamento. Um incêndio teve início a partir da explosão, mas foi controlado por populares.
- O recém-nascido foi uma das seis vítimas socorridas pelos bombeiros nesta terça. Ele foi internado no Hospital da Brasilândia, mas não resistiu aos ferimentos.
- Cinco vítimas são da mesma família: o pai, a mãe e seus três filhos, sendo duas crianças e o bebê. As vítimas foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
- Às 8h30, a ocorrência foi encerrada e o local foi deixado aos cuidados da Defesa Civil e da polícia.
- O caso foi registrado como explosão, lesão corporal e homicídio no 72° Distrito Policial (Vila Penteado).
- Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que está com equipes atendendo a ocorrência no imóvel.
- A Defesa Civil e os engenheiros da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) estão no local para realizar a vistoria após liberação do Corpo dos Bombeiros.
- Equipes da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) também irão ao local.
- As três vítimas que o Samu atendeu, encaminhadas ao Hospital Municipal Adib Jatene (Brasilândia), seguem em observação, com quadro estável.
- Sobre o bebê de quatro meses que faleceu, a prefeitura informou que foram realizados todos os esforços intensivos para reverter o quadro e seguidos todos os protocolos de emergência. “A gestão lamenta a perda e se solidariza com a família”, diz a nota.