Alunos são internados com sinais de coma alcoólico após trote em Unesp
Alunos foram obrigados a ingerir bebidas alcoólicas misturadas com outras substâncias para conseguirem entradas de evento
atualizado
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Estudantes foram internados em estado grave após arem por um trote universitário na Universidade Estadual Paulista (Unesp), no último domingo (25/5), em Jaboticabal, interior de São Paulo. De acordo com o boletim de ocorrência, alunos foram forçados a ingerir bebidas alcoólicas e entorpecentes, sendo hospitalizados com sinais de coma alcoólico.
Denúncias apontam que o trote foi ado para calouros da universidade, em uma pré-comemoração da chamada “Festa dos 100 dias”, tradicional encontro universitário realizado na cidade. Na celebração, alunos foram obrigados a ingerir bebidas alcoólicas misturadas com outras substâncias para conseguirem pulseiras de entrada ao grande evento.
O que aconteceu
- Pelo menos oito alunos precisaram de atendimento médico, conforme a prefeitura municipal.
- Os jovens foram obrigados a ingerir bebidas alcoólicas misturadas com outras substâncias para conseguirem pulseiras de entrada para a chamada “Festa dos 100 dias”.
- Cinco deles foram liberados após avaliação clínica, enquanto outros três precisaram ser entubados e internados em estado grave.
- Procurada pelo Metrópoles, a Unesp não se pronunciou sobre o assunto até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Vômito e convulsões
Entre as vítimas mais afetadas, está Pedro Vinicius Scarpim, de 20 anos, aluno do primeiro ano do curso de zootecnia na Unesp. Em depoimento à polícia, a mãe e uma prima de Pedro, contaram que o jovem estava na festa com outros alunos e, após participar do trote, o estudante ou mal, ingeriu vômitos e apresentou convulsões.
O universitário foi levado à internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave, após a ingestão de vômito tomar seus pulmões. Além de Pedro, outros sete estudantes foram internados e mais três pessoas estariam na UTI, afirmam as parentes.
Segundo Brenda Carnevalli Scarpim, prima da vítima, a festa é realizada sem a devida fiscalização, com consumo de drogas e álcool por menores e sem alvará da prefeitura.
Organizadoras investigadas
A Polícia Civil identificou e conduziu ao plantão policial uma das responsáveis pela organização do evento dos “100 dias”. Na delegacia, Jussara Clara Domingues Lima, de 23 anos, afirmou que a pré-festa tem por tradição fornecer pinga para os calouros para ter o ao evento.
Questionada pelos policiais sobre a legalidade da celebração, a responsável confessou que não possui alvará da prefeitura e se comprometeu a adiar a comemoração, que seria realizada na segunda-feira (26/5). Além de Jussara, outras duas estudantes, de 22 e 24 anos, fazem parte da comissão organizadora e são investigadas.
Em nota publicada no Instagram oficial da “Festa dos 100 dias”, a organização anunciou o adiamento. Na postagem, a comissão lamenta a situação das pessoas que precisaram ser hospitalizadas e afirma que o adiamento é uma “medida de respeito e responsabilidade”.

Ao Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que exames periciais foram requisitados ao Instituto Médico Legal (IML), e o caso foi registrado como lesão corporal na Delegacia de Polícia de Jaboticabal. A investigação segue em andamento.