Adolescentes denunciam racismo em shopping de SP e família registra BO
Seguranças do shopping Pátio Higienópolis são acusados de discriminarem dois adolescentes negros, estudantes do colégio Equipe
atualizado
Compartilhar notícia

São Paulo — Dois adolescentes negros denunciam terem sido vítimas de racismo na tarde dessa quarta-feira (16/4) no shopping Pátio Higienópolis, na zona oeste de São Paulo. Eles teriam sido abordados por seguranças do estabelecimento, sob a alegação de estarem importunando uma jovem branca, amiga deles.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um boletim de ocorrência foi registrado virtualmente e será encaminhado ao distrito policial da área dos fatos para as devidas medidas cabíveis e esclarecimento do caso.
Escola dos estudantes repudiou ocorrido
Os adolescentes são estudantes do Colégio Equipe, tradicional escola que fica próxima ao shopping. Por isso, o local é bastante frequentado por alunos da instituição, conforme destacou a Comissão Antirracista de Famílias e Responsáveis do colégio, em nota.
A comissão expressou repúdio e indignação sobre o caso. “Não bastasse a suposição de que jovens negros só poderiam estar incomodando uma pessoa branca, na sequência a segurança do shopping os advertiu sobre a proibição de ‘pedir esmolas no recinto’”, diz o texto.
Segundo a comissão, “não é a primeira vez que esse tipo de situação acontece no Shopping Pátio Higienópolis, o que nos indica a ausência de intenção da gestão desse estabelecimento em resolver o problema”.
O colégio cobrou que o estabelecimento invista no letramento racial de todos os trabalhadores, trabalhadoras e lojistas que fazem parte da empresa, além de “criar protocolos firmes contra o racismo dentro do recinto”.
Pátio Higienópolis se manifestou
Por meio de nota, o shopping lamentou o ocorrido e afirmou que está em contato com a família. “O comportamento adotado não reflete os valores do shopping e o tema está sendo tratado com máxima seriedade”, diz o texto.
O estabelecimento afirmou também que possui frequente grade de treinamentos e letramento, “que será ainda mais reforçada para reiterar nosso compromisso inegociável com a construção de um espaço verdadeiramente seguro e acolhedor para todas as pessoas”.