Praça do DI, em Taguatinga, está abandonada
Após a demolição da pista de skate, em 2014, nada foi feito para revitalizar o local – moradores reclamam do descaso
atualizado
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Durante 30 anos, a Praça do DI serviu como um dos principais pontos de lazer e esporte para idosos, pais, crianças e skatistas em Taguatinga. O cenário mudou há um ano, mais precisamente no dia 6 de agosto de 2014, quando a istração regional ordenou a demolição do halfpipe (estrutura para manobras) e da pista de skate da praça com a promessa da construção de um novo complexo, melhor e maior, no Taguaparque.
Treze meses depois, nada feito. Na época, a reclamação dos moradores da região era a maciça presença de viciados em drogas e moradores de rua. Mesmo após a retirada da pista, o cenário permanece igual, mas desta vez sem o bônus de uma área destinada à prática do esporte.

Então comandada por Antônio Sabino, a istração alegou que o pedido partiu dos próprios moradores, mas a demolição não foi nada amigável. O descontentamento foi geral, tanto da parte dos comerciantes, quanto dos skatistas, que bradaram suas reclamações nas redes sociais. Adeptos do esporte garantem que a pista era a melhor do Distrito Federal.
Para acalmar a situação, Sabino publicou uma carta em sua página pessoal no Facebook três dias após a demolição com a promessa da construção de uma nova pista em texto que faz uma alusão às praças interioranas (leia abaixo abaixo a reprodução do post).
Distante da idealização de Antônio Sabino, de uma pacífica praça do interior, a população segue amedrontada e reclama que a insegurança permanece igual. “Antes a praça era frequentada por famílias e por skatistas. Agora, ela está abandonada e ficou perigosa”, afirma Ducileide Reis, 26 anos, moradora da região.
Ducileide eia com seu cachorro todos os dias e diz ver do próprio apartamento os encontros noturnos dos frequentadores da praça, que costumam fazer churrascos no espaço. “Durante o dia ainda é possível encontrar os guardas no posto policial. Porém, à noite, eles abandonam suas posições. Às vezes, acontecem brigas e os policiais não saem da cabine”, indigna-se.
A promessa
A outra pista, prometida por Sabino, faz parte do projeto Skate Park, um complexo esportivo que seria construído no Taguaparque. Mas o projeto foi custeado pela metade. Tanto a verba quanto o projeto foram divididos para atender a comunidades do Recanto das Emas e de Taguatinga. “Quem se deu menos mal foi a galera do Recanto, que ficou com a melhor parte da pista”, conta Fabrício Leite, diretor de Esporte da Federação de Skate do Distrito Federal.
Sem a construção de novas pistas de qualidade para os treinos, os skatistas precisam migrar para outros espaços. “Às vezes, vamos treinar no Setor Bancário Sul e na Candangolândia”, conta Warleiton Dias, 37 anos, presidente da Federação de Skate do Distrito Federal.
O governo ado prometeu uma nova pista que ficaria na Praça, mas como o governo trocou, o discurso mudou. Vão fazer uma pista, mas não falam onde, nem quando.
Warleiton Dias, presidente da Federação de Skate do DF

O Metrópoles conversou com Ricardo Lustosa Jacobina, atual de Taguatinga, que garantiu a construção de novas pistas para o próximo ano. “Três novos parques de skates estão nos planos da istração de Taguatinga para 2016, sendo um localizado na M Norte, um na QNL e um no Taguaparque.”
Sobre a questão da segurança, Jacobina disse que procura resolver o assunto trabalhando com ordenamento urbanístico, com ações de limpeza e conservação, para devolver o espaço público à sociedade. “O conceito de segurança está errado, temos de pensar de forma comunitária. As pessoas precisam se comunicar. A gente está trabalhando agora para buscar o que cabe à istração”, destaca.