Setor aéreo sofre com falta de aviões para atender demanda
Boeing e Airbus já esgotaram a capacidade de atender pedidos para seus modelos de aviões mais populares até meados de 2029
atualizado
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Com o aumento no número de viagens aéreas e a flexibilização das restrições de deslocamento até mesmo na China, as companhias aéreas enfrentam agora dificuldades de operação por causa da falta de aeronaves para atender a elevadíssima demanda, que ficou reprimida durante a pandemia de Covid-19.
Empresas como a United Airlines e a Air India já fizeram centenas de pedidos de novos aviões para dar conta de tamanha procura. O problema é que, diante das restrições da cadeia de suprimentos – com dificuldade de se obter componentes e escassez de mão de obra –, pode levar anos para que todas essas aeronaves sejam entregues.
A Boeing e a Airbus, por sua vez, já esgotaram a capacidade de atender pedidos para seus modelos mais populares até meados de 2029. No início do mês, a Airbus reduziu sua meta de entregas para este ano, citando justamente problemas na cadeia de suprimentos, além do avanço nos custos de energia.
De acordo com estimativas da Jefferies, atualmente há uma carteira de pedidos das companhias aéreas que chega a 12.720 aviões. Traduzindo em termos práticos, isso significa que o preço das agens aéreas, hoje em um patamar elevado, devem continuar subindo por algum tempo antes de uma eventual queda.
“As pessoas se acostumaram a tarifas baixas durante a pandemia, e a reabertura da China vai piorar a situação. Não é apenas por causa da falta de aviões, mas também por outros fatores, como os preços do petróleo”, afirma Ajay Awtaney, fundador do site de milhas aéreas LiveFromALounge.com, relata a Bloomberg.
Preço das agens aumentou no Brasil
Impulsionadas pelo aumento nos preços do querosene de aviação, as tarifas das agens aéreas no Brasil, que já vinham subindo durante todo o ano, bateram recorde de alta no período de Natal e Réveillon, segundo dados da plataforma Voopter (que compara preços de agens).
De acordo com o levantamento, das 10 rotas mais buscadas na plataforma para o Réveillon, nove estão mais caras do que no mesmo período do ano ado. O resultado se repete quando analisados os valores de janeiro. Para o ano novo, a maior alta registrada é no trecho entre São Paulo (aeroporto de Congonhas) e Recife: 124,7%.