Josué Gomes pede licença da presidência da Fiesp

O empresário Josué Gomes pediu licença de 40 dias da presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O ato formal de transmissão de cargo para o segundo vice-presidente da entidade, Dan Ioschpe, tem data de 8 de maio. Na solicitação, Gomes alega “razões particulares” para deixar temporariamente o posto.

Nesse mesmo dia, a Coteminas (Companhia de Tecidos Norte de Minas), presidida por Gomes, entrou em recuperação judicial. Com o pedido de afastamento, o empresário vai focar na reestruturação do grupo têxtil, que enfrenta dificuldades financeiras há alguns anos. 

Tais problemas agravaram-se depois que um credor, o Odernes Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP Ordenes),  tentou executar o vencimento antecipado de debêntures emitidas em 2022 pela Ammo Varejo (antiga MMartan), que faz parte do mesmo grupo da Coteminas. 

A situação da Coteminas e demais empresas do grupo (que, além da Ammo, inclui a Springs Global e a Santanense) piorou há três anos, segundo o pedido de recuperação judicial encaminhado à Justiça. Nesse caso, a receita bruta das empresas foi reduzida de R$ 3 bilhões em 2021 para cerca de R$ 1 bilhão no ano de 2023. A Ammo representou perto de 40% desse valor.

As companhias apuraram um lucro bruto negativo no valor aproximado de R$ 232 milhões no ano de 2022, o que, somado às despesas financeiras, resultou em um prejuízo de R$ 466 milhões. O mesmo ocorreu em 2023, em que foi apurado o lucro bruto negativo de R$ 20 milhões e prejuízo de R$ 759 milhões.

Josué Gomes da Silva é filho de José Alencar, que faleceu em 2011, e foi vice-presidente por oito anos nos dois nos primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a terceira eleição de Lula, em 2022, o empresário foi convidado para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Posteriormente, o cargo foi entregue ao vice-presidente Geraldo Alckmin.