Itaú pede “contenção” de R$ 35 bilhões no orçamento de 2025
De acordo com o Itaú, medida deveria ser colocada em prática já em março, como forma de tranquilizar mercado e dar credibilidade ao governo
atualizado
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Em um relatório elaborado por sua equipe de pesquisa macroeconômica e divulgado nesta segunda-feira (17/2), o Itaú Unibanco defendeu um congelamento de R$ 35 bilhões nas despesas discricionárias do Orçamento Geral da União de 2025.
De acordo com o banco, a medida deveria ser colocada em prática já em março, como forma de tranquilizar o mercado e demonstrar o real compromisso do atual governo com a meta de zerar o déficit primário neste ano.
No relatório, o Itaú projeta um déficit de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.
“Para 2025, por ora, não esperamos o cumprimento do alvo de -0,6% do PIB (considerando abatimentos e o limite inferior da meta oficial de 0%)”, afirma o banco, em relatório assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita.
“Nas despesas, avaliamos ser importante que o governo anuncie uma contenção de gastos discricionários significativa, da ordem de R$ 35 bilhões, como forma de reforçar a disposição de cumprir seu plano fiscal”, prossegue a instituição financeira.
Segundo o relatório do Itaú, “o anúncio de uma contenção de despesas já robusta na 1ª revisão bimestral, em março, sinalizaria uma maior prudência na execução orçamentária”.
A primeira reavaliação bimestral de receitas e despesas ocorre justamente em meados de março.
Metas
De acordo com o arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso Nacional em 2023, o governo federal tem 2 regras principais a seguir na gestão das contas públicas.
A primeira consiste no respeito a um limite de despesas, que cresce anualmente a uma proporção de 70% da evolução das receitas no exercício anterior, respeitando um intervalo de avanço em termos reais (ou seja, descontada a inflação oficial) de 0,6% a 2,5%.
A segunda regra corresponde à meta de resultado primário, que ou a contar com uma banda de tolerância de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo em relação ao PIB.
Para 2025, o governo trabalha com a meta de zerar o déficit. Para 2026, o objetivo deve ser um superávit de 0,25%. Em 2027, superávit de 0,5% e, em 2028, de 1% do PIB.
Em dezembro do ano ado, o Congresso Nacional aprovou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com a meta fiscal de déficit zero para 2025, mas o governo poderá trabalhar com uma margem de tolerância prevista no arcabouço fiscal, de 0,25% do PIB. Para este ano, isso significa um déficit de até R$ 30,9 bilhões.