Haddad defende que Copom faça novos cortes na taxa de juros
Ministro da Fazenda disse, em entrevista em São Paulo, que condições para queda da Selic continuam favoráveis e cenário externo melhorou
atualizado
Compartilhar notícia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, em São Paulo, que o Banco Central (BC) deve continuar cortando a taxa básica de juros do país, a Selic, nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). “A dúvida é sobre a taxa terminal (no fim de 2024”, disse Haddad.
Na quarta-feira (20/3), o Copom anunciou uma redução de 0,5 ponto percentual da Selic, que foi fixada em 10,75% ao ano. Em nota emitida depois da decisão, contudo, o órgão do BC mencionou a previsão de somente mais um corte dessa magnitude, em maio, ao contrário do que vinha fazendo nos comunicados anteriores.
Para Haddad, no entanto, as condições da economia tanto nacional como internacional seguem favoráveis para novas quedas da Selic. “As projeções da inflação continuam comportadas”, afirmou. “Acredito que, nesta semana, o cenário internacional teve uma evolução para melhor, com a previsão de três cortes de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) neste ano.”
O ministro da Fazenda considera ainda que o início do corte dos juros na economia americana, cuja previsão do mercado aponta para junho, pode ajudar o Banco Central do Brasil a “buscar uma taxa Selic ainda menor do que a projetada hoje”. sobretudo a partir do segundo semestre.
Haddad acrescentou que não vê razão para ciclo de cortes da Selic não continuar. “Não é só desejo”, disse, acrescentando que faz previsões, notadamente sobre o cenário externo, “com base em encontros internacionais”, onde ele pôde conversar líderes das áreas de economia de finanças de diversos países, como nas recentes reuniões do G20, no Brasil. “Essa é uma premissa baseada em fatos concretos, no comportamento do mercado.”