FMI confirma acordo de US$ 20 bilhões com Argentina de Milei
Acordo, que já havia sido antecipado pelo governo do presidente argentino Javier Milei, ainda depende de aprovação de conselho do FMI
atualizado
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou nessa terça-feira (8/4) que chegou a um acordo “ de nível técnico” com o governo da Argentina para uma nova linha de crédito de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 118,7 bilhões, pela cotação atual).
O acordo, que já havia sido antecipado pelo governo do presidente argentino Javier Milei, é preliminar e ainda depende de aprovação do Conselho Executivo do FMI, o que deve ocorrer nos próximos dias.
A linha de crédito ao governo da Argentina deve ser estendida por 48 meses.
Por meio de nota, o FMI afirma que a decisão de fazer o acordo com a Argentina tem como base o “impressionante progresso inicial das autoridades argentinas na estabilização da economia”.
Ainda segundo o comunicado, a forte âncora fiscal adotada pelo país sul-americano vem gerando “rápida desinflação e recuperação na atividade e indicadores sociais”.
“O programa apoia a próxima fase da agenda de estabilização e reforma doméstica da Argentina, com o objetivo de consolidar a estabilidade macroeconômica, fortalecer a sustentabilidade externa e desbloquear um crescimento forte e mais sustentável, ao mesmo tempo em que gerencia o cenário global mais desafiador”, afirma o FMI.
Estratégia de Milei
Sem contar com apoio majoritário no Congresso argentino, Milei assinou um Decreto de Necessidade de Urgência (DNU) que lhe deu poderes para firmar o acordo com o FMI sem ter de conseguir aprovação parlamentar.
O decreto estabelece um prazo de pagamento de 10 anos, com um período de carência de 4 anos e meio. O governo argentino poderá utilizar os novos recursos para quitar dívidas do Tesouro junto ao Banco Central, buscando reduzir o endividamento e dar mais previsibilidade ao mercado financeiro.
A estratégia tem a finalidade de aliviar a pressão sobre o peso argentino e facilitar a implementação de reformas econômicas.