Ações da Tesla desabam com queda de vendas e atrito entre Musk e Trump
O recuo nas ações da Tesla, empresa de Elon Musk, foi provocado, entre outros fatores, por resultados ruins de vendas na China e na Alemanha
atualizado
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As ações da Tesla, fabricante de veículos elétricos comandada pelo bilionário Elon Musk, operavam em forte queda nesta quarta-feira (4/6), na esteira do atrito público entre o dono da empresa e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No início da tarde, pouco depois das 13 horas (pelo horário de Brasília), os papéis da Tesla tombavam 4,2% e eram negociados a US$ 329,84.
No meio da tarde, às 15h50 (também no horário brasileiro), as ações da Tesla tinham desvalorização de 2,92%, cotadas a US$ 334,14.
Queda nas vendas e atrito com Trump
O recuo nas ações da empresa de Elon Musk foi provocado, entre outros fatores, por resultados ruins de vendas na China e na Alemanha.
No país asiático, o tombo nas vendas foi de 15% em maio, na comparação anual (62 mil veículos vendidos). Na Alemanha, maior economia da Europa, a queda foi de 36% (1,2 mil carros comercializados).
Na véspera, os papéis da Tesla negociados na Bolsa Nasdaq, que reúne as ações de empresas do setor de tecnologia, fecharam em leve alta de 0,5%. Mas, durante a tarde, recuaram após as críticas de Musk ao projeto de lei fiscal apresentado pelo governo Trump.
Até esta quarta, as ações da Tesla acumulavam perdas de cerca de 15% em 2025. Nos últimos 12 meses, no entanto, ainda registravam valorização de 95%.
Críticas a projeto de Trump
Na terça-feira (3/6), Elon Musk criticou o projeto de lei orçamentária apresentado por Trump. Em publicação na rede social X, Musk classificou a proposta como “abominação repugnante” e disse que não aguenta mais acompanhar os rumos da política fiscal norte-americana.
A manifestação aconteceu poucos dias após Musk deixar o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), órgão do governo responsável por revisar gastos públicos. A saída do bilionário ocorreu na última quarta-feira (28/5), um dia depois de ele ter concedido uma entrevista com críticas diretas ao plano fiscal de Trump. Dois dias depois, na sexta (30/5), Musk se despediu do presidente em uma reunião no Salão Oval da Casa Branca.
“Este projeto de lei de gastos do Congresso, enorme, escandaloso e eleitoreiro, é uma abominação repugnante. Os que votaram a favor deveriam sentir vergonha: sabem que erraram. Eles sabem”, escreveu Musk.
Segundo ele, o texto pode aumentar o déficit dos EUA em US$ 2,5 trilhões, o que, em sua avaliação, tornaria a dívida pública insustentável e sobrecarregaria os contribuintes.
Para o empresário, o Congresso está colocando em risco a saúde fiscal do país. Atualmente, tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado têm maioria republicana, o mesmo partido do presidente Trump.