Veja imagens do ataque russo à usina nuclear de Zaporizhzhia
Caso incêndio comprometa resfriamento de reatores nucleares, desastre pode ser até 10 vezes maior do que Chernobyl
atualizado
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A maior usina nuclear da Europa, a ucraniana Zaporizhzhia, foi alvo de um bombardeio russo na noite dessa quinta-feira (3/3). Um prédio istrativo, localizado perto dos reatores nucleares, foi atingido por um incêndio. O fogo teria se alastrado para o perímetro da central nuclear.
Caso o incêndio comprometa o resfriamento dos reatores, pode haver uma explosão 10 vezes maior que a do acidente em Chernobyl, em 1986 – até então a maior catástrofe do tipo –, segundo alertou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.
Andrey Tuz, porta-voz da usina nuclear de Zaporizhzhya, informou que o bombardeio parou por enquanto, mas a situação é extremamente incerta. “Eles bombardearam tudo o que podiam, incluindo blocos e tudo mais”, afirmou.
Veja imagens do momento do bombardeio:
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Algumas das luzes mostradas nos vídeos são de sinalizadores usados pelos russos para auxiliar a visualização durante o combate.
De acordo com Andrey Tuz, porta-voz de imprensa da usina, ainda não há risco de a radiação se espalhar pela região. Um funcionário do governo ucraniano, no entanto, disse à agência internacional de notícias Associated Press que os níveis de radiação no local e nas redondezas estão aumentando em torno de 25% em relação às condições comuns.
Reação internacional
A Casa Branca informou, por voltas das 23h35 dessa quinta-feira (3/3), pelo horário de Brasília, que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre o incêndio na usina nuclear. Biden defendeu um cessar-fogo para evitar uma tragédia com radiação.
A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla original) anunciou, nesta sexta-feira (4/3), que colocou o Centro de Incidentes e Emergência da instituição em prontidão em tempo integral devido à “séria situação” que se desenvolve na usina.
Ataques
As tropas russas estão avançando de forma vertiginosa no território ucraniano. Os balanços apresentados pelos dois países dão dimensão de como as cidades estão sendo invadidas e bombardeadas pelos militares.
Em apenas um dia, as cidades sitiadas por tropas da Rússia subiram de 16 para 26. Os soldados de Vladimir Putin miram em províncias estratégicas e alvos que, se destruídos, causam grande impacto. Civis são alvo das tropas e tentam impedir a aproximação dos soldados com barricadas, como em Lviv.
A Ucrânia vive o oitavo dia de bombardeios. Um nova tentativa de cessar-fogo nesta quinta-feira fracassou. Representantes russos e ucranianos se reunirão pela terceira vez nesta sexta-feira (4/3).