UE deixa de reconhecer Juan Guaidó como “presidente interino” da Venezuela
Guaidó autodeclarou-se líder em 2019, alegando fraude na eleição de Nícolas Maduro; ele foi reconhecido como interino por quase 60 países
atualizado
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A União Europeia anunciou, nesta quarta-feira (6/1), que deixou de reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, mas lembrou que “lamenta profundamente” que os chavistas tenham assumido o controle da Assembleia Nacional.
O chefe da diplomacia do bloco, Josep Borell, disse, em breve comunicado, que o líder da oposição é “um dos atores políticos” que estão tentando trazer a democracia de volta à Venezuela, deixando de lado os títulos de presidente interino ou líder do Parlamento. Ao jornal Financial Times, um diplomata da União Europeia confirmou que o bloco não reconhece mais Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Borell ainda lamentou que os chavistas tenham assumido o poder Legislativo. Segundo ele, as eleições não foram democráticas e “falharam em respeitar os padrões internacionais”. O novo Parlamento tomou posse nessa terça-feira (5/1).
O Parlamento de Guaidó, que alega que as votações de dezembro foram “uma farsa” e reivindica sua “continuidade”, agradeceu o “apoio de Borrell pela causa da liberdade”.
“A União Europeia, por meio de seu Alto Representante, rejeitou a fraude eleitoral perpetrada pela ditadura e não considera que seu resultado seja representativo da vontade democrática do povo venezuelano”, comunicou em nota divulgada pela agência de notícias AFP.
Guaidó chegou a ser reconhecido como presidente interino por quase 60 países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos. Ele autodeclarou-se líder do país em 2019, alegando fraude na eleição de Nícolas Maduro. O opositor, porém, nunca assumiu o poder do país, que segue nas mãos de Maduro e dos chavistas.