Ucrânia acusa Rússia de matar 25 civis durante ataque a comboio
O bombardeio aconteceu em Zaporizhzhia, próximo do limite entre a região controlada pelos ucranianos e a zona ocupada pelo exército russo
atualizado
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Um ataque com mísseis atingiu, nesta sexta-feira (30/9), um comboio de civis que tentavam sair de Zaporizhzhia, uma das quatro regiões que o presidente Vladimir Putin anunciará a anexação à Rússia.
O bombardeio deixou 25 mortos, muitos deles dentro de seus carros, além de dezenas de feridos. A Ucrânia acusa a Rússia de ser a responsável pelas mortes.
O comboio estava reunido em mercado de automóveis nos arredores Zaporizhzhia, preparando-se para deixar o território ucraniano para visitar parentes e entregar suprimentos em uma área controlada pela Rússia, disseram testemunhas e autoridades ucranianas.
O governador regional de Zaporizhzhia, Oleksandr Starukh, afirmou pelo aplicativo de mensagens Telegram que “os ocupantes atacaram ucranianos indefesos”. “Este é outro ataque terrorista de um país terrorista”, declarou.
Mas o governo russo acusou as tropas ucranianas de atacar os veículos para impedir que estes civis entrassem na zona ocupada.
“As forças ucranianas atacaram nosso povo, que estava em uma fila”, acusou um comandante da ocupação regional, Vladimir Rogov.
Anexação
A Rússia se prepara para anexar formalmente as áreas ucranianas ocupadas pelas tropas russas, nesta sexta-feira (30/9). O Kremlin aproveitou a ocasião para subir o tom contra tentativas de retomada do território por parte da Ucrânia, e advertiu que qualquer ofensiva contra os locais será considerado um ataque a Moscou.
A declaração foi confirmada por Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
As regiões de Donetsk e Luhansk, no leste, em Kherson e em Zaporizhzhia, ao sul do país foram incorporadas após um referendo na última semana, considerado ilegal por Kiev e países ocidentais aliados da Ucrânia.
Putin deve oficializar a anexação dos territórios durante um discurso em uma cerimônia oficial, marcada para esta sexta (30).
Veja o mapa da Ucrânia e as áreas afetadas:

Mobilização militar
Líderes mundiais e representantes de organizações internacionais reagiram ao pronunciamento do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em 21 de setembro. Durante um discurso à nação, o líder russo convocou cidadãos para o confronto e disse que pode usar armas nucleares, caso a soberania do país seja ameaçada. “Não é blefe”, concluiu.
Putin decretou a primeira mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial. A intenção do Kremlin é convocar 300 mil cidadãos – que já tiveram alguma experiência militar – para a guerra contra a Ucrânia.