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Super-resiliente: venezuelano lança livro sobre perseguição política

O venezuelano Jacques Giraud Herrera narra como foi viver sob o governo de Hugo Chávez, a morte do pai e o exílio nos Estados Unidos

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1 de 1 Jacques-giroud-herrera-metropoles - Foto: Divulgação

O venezuelano Jacques Giraud Herrera lança no Brasil o livro “Super-Resiliente”. Com versão em português pela DVS Editora, a obra narra a trajetória de vida do autor, marcada por perseguição política, pela trágica morte do pai e pela fuga para os Estados Unidos

O hífen, pequeno traço que une as duas palavras no título do livro, guarda um significado especial para Herrera. De “Super Resiliente”, o título ganha nuances super-heroicas ao se tornar “Super-resiliente”.

Para explicar, o autor recorre a lembranças: “Quando nós somos crianças, há o costume, nos países latinos, de nos fantasiarmos de super-heróis. Mas essa consciência de nos sentirmos super-heróis adormece com o tempo”.

Para ele, é preciso acordar esse lado esquecido para, assim, abraçar os verdadeiros poderes especiais. “Se conseguirmos incorporar qualidades como adaptabilidade, paciência, aceitação e  entusiasmo em nosso estilo de vida, elas se tornam super-poderes”.

Quando uma mola recebe uma força externa, ela se comprime. Ao ser liberada, ela retorna ao estado original. Com essa ilustração, Jacques conceitua o sentido literal “resiliência”. Transferida para a condição humana, contudo, a metáfora se difere em um detalhe. “Em nós, seres humanos, [resiliência] é a capacidade de nos recuperarmos de situações difíceis, crises e desafios. A diferença é que temos uma aprendizagem ou tomada de consciência que nos leva para um lugar diferente do lugar de origem”, explica.

Tragédia

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Jacques Herrera e o pai, Jaime Federico

Tais momentos, onde a resiliência se faz necessária, se apresentaram de tal forma na vida do venezuelano, que o sentimento se tornou título da biografia. Jacques narra, na publicação, que assistia, pela tevê, aos protestos populares contra o governo de Hugo Chávez que ocorriam em Caracas, capital da Venezuela, quando viu o pai ser assassinado a tiros, ao vivo, em rede nacional.

Sem tempo para elaborar o luto, Herrera teve de assumir a liderança da família e cuidar dos irmãos. Foi somente cerca de duas décadas depois, ao iniciar a produção do livro, que conseguiu se pôr de frente à tragédia pessoal: “Houve uma catarse. Em alguns momentos, eu precisava parar de escrever ou revisar porque entrava em um processo de dor. Foi um processo de cura”, confessa.

Governo Chávez

O pano de fundo da obra de Herrera é o governo do militar Hugo Chávez, que esteve à frente da Venezuela por 14 anos, de 1999 até 2013, quando morreu. “Um regime ditatorial tem que ver com a falta de valores e princípios, onde os interesses pessoais estão acima dos interesses coletivos”, explica Jacques, quando perguntado se ditaduras são pertencem a algum lugar específico do espectro político.

E completa: “As pessoas que se beneficiam são muito poucas. Para se sustentarem no poder, elas precisam criar perseguições. Isso acontece tanto com a esquerda, como com a direita. No fim, os ditadores dos dois lados acabam se comportanto da mesma forma”.

À época, o escritor atuava como consultor financeiro de instituições que aram a sofrer intervenção do governo. Segundo ele, banqueiros que contestaram a iniciativa foram perseguidos e presos. Em 2010, ao se demitir do cargo em que ocupava na empresa Uno Valores, Herrera descobriu que um mandado de prisão havia sido emitido em seu nome. Ele decidiu, então, fugir para os Estados Unidos, onde vive até hoje. A Venezuela tentou negociar seu regresso em troca de delações, mas ele não aceitou o acordo e nunca mais pisou no país natal.

Venezuela

Herrera repudia a ideia de que o país seja usado como exemplo de uma nação falida. “É uma tentativa de impor medo”, diz. O autor estimula as pessoas a se informarem: “Basta saber fazer a pergunta certa e digitá-la em um buscador de internet. Não pode se deixar manipular”.

Foi por meio da resiliência que Herrera aprendeu a se sentir em casa onde estivesse. Ele, contudo, revela que morar fora da Venezuela nunca havia ado pela cabeça. O tempo longe do país de origem fez com que o escritor acumulasse saudades: “Tenho muita saudade de coisas simples, como me encontrar com os amigos e ver o cotidiano”.

Para o futuro, Jacques Herrera alimenta algum otimismo sobre a situação da Venezuela, desde que a situação geopolítica mude. “A Venezuela é um país muito rico em recursos. Temos ouro, alumínio, ferro, petróleo”, aponta. Ele rassalta, porém, que são “muitas variáveis” envolvidas no processo. “Minha esperança é que eu possa voltar à Venezuela antes de morrer”, finaliza.

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“Super-resiliente”, de Jacques Giraud Herrera

 

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