Sem acordo, guerra entre Israel e Hamas completa sete meses
Países mediadores tentam fazer com que Israel e Hamas entrem em acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza
atualizado
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A guerra entre Israel e Hamas completa sete meses nesta terça-feira (7/5), ainda sem previsão de quando haverá um fim. Embora os conflitos na região se arrastem há décadas, o ataque do grupo Hamas, em 7 de outubro de 2023, representou a maior ofensiva contra o território israelense em anos.
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, divulgado nessa segunda-feira (6/5), 34.735 palestinos e 1.200 israelenses morreram e 78.108 pessoas ficaram feridas desde o início da guerra.
Há algumas semanas, as Forças Armadas de Israel têm se preparado para uma possível incursão em Rafah, sob alegações de que o local é o último reduto do Hamas dentro da Faixa de Gaza.
Rafah, situada na fronteira com o Egito, também serve como refúgio para palestinos que fugiram de outras regiões do território durante o conflito. Atualmente, cerca de 1,5 milhão de palestinos, mais da metade da população de Gaza, se refugiam no local.
Negociações de cessar-fogo
Tentando evitar a invasão em Rafah, o Hamas busca uma negociação com Israel para o fim da guerra. O grupo pede um cessar-fogo em troca de reféns israelenses. No entanto, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não está aberto a aceitar o acordo.
“O Hamas continua a fazer exigências extremas. A sua principal exigência é que retiremos todas as nossas tropas da Faixa de Gaza, ponhamos fim à guerra e deixemos o Hamas em paz. O estado de Israel não pode aceitar estes termos”, disse Netanyahu, no domingo (5/5), em uma mensagem de vídeo.
Apesar da pressão internacional contrária, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reiterou sua intenção de realizar operações em Rafah. Na última terça-feira (30/5), o primeiro-ministro israelense afirmou que o Exército entraria em Rafah “com ou sem acordo” na Faixa de Gaza.
“A ideia de que vamos interromper a guerra antes de atingir todos os objetivos está fora de discussão. Entraremos em Rafah e eliminaremos os batalhões do Hamas, com ou sem acordo [de trégua], para conseguir a vitória total”, disse Netanyahu durante um encontro com representantes das famílias dos reféns capturados pelo Hamas.
Pressão internacional
Após meses de conflito na Faixa de Gaza, a pressão internacional por um cessar-fogo imediato atingiu um ponto crítico. A ofensiva lançada pelo governo e cúpula militar israelenses sob Netanyahu, com objetivo de eliminar o Hamas, resgatar reféns e estabelecer uma nova segurança na região, está sob intensa análise.
A ofensiva israelense vem sendo criticada devido a tragédia civil que impulsionou. No momento, a maior preocupação é uma possível invasão de Rafah, onde milhões de pessoas buscaram refúgio para escapar do conflito.
A comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, têm pressionado o governo israelense a buscar soluções diplomáticas e evitar uma ação militar em Rafah sem um plano claro de alívio humanitário. Em um telefonema com o presidente Joe Biden, Netanyahu foi informado de que Washington não apoiaria uma incursão na cidade sem garantias de proteção para os civis.
Enquanto isso, dentro do próprio governo israelense, as opiniões divergem. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, defende uma abordagem radical de “obliteração total” que incluiria Rafah, enquanto outros líderes buscam uma abordagem mais moderada para encerrar o conflito.
As negociações diplomáticas continuam, apesar das tensões, e há otimismo entre os mediadores de um possível acordo. Fontes americanas indicam que Netanyahu estaria disposto a flexibilizar suas demandas para alcançar o cessar-fogo. No entanto, a libertação dos reféns pelo Hamas é considerada um obstáculo para qualquer acordo imediato.
Nessa segunda-feira (6/5), o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Catar e pelo Egito. Através do X (antigo Twitter), o primeiro-ministro de Israel informou que não aceitaria o acordo.
“O Gabinete de Guerra decidiu por unanimidade esta noite que Israel continuará a sua operação em Rafah, a fim de exercer pressão militar sobre o Hamas, a fim de avançar na libertação dos nossos reféns e alcançar os outros objetivos da guerra”, diz a publicação.