Putin homenageia militares acusados de massacre em Bucha: “Heroísmo”
O governo ucraniano diz que mais de 400 corpos de civis foram encontrados na cidade. Presidente russo assinou decreto nesta segunda (18/4)
atualizado
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O presidente russo, Vladimir Putin, homenageou, com título honorário por “heroísmo”, a brigada de fuzileiros motorizados que combateram em Bucha, cidade perto de Kiev. Lá, segundo o governo ucraniano, ocorreu um massacre.
Nesta segunda-feira (18/4), Putin assinou o decreto no qual concede o “título honorário de Guarda” a esta brigada pelo “heroísmo e tenacidade, determinação e coragem” dos seus homens.
“As ações habilidosas e decisivas de todo o pessoal durante a operação militar especial na Ucrânia são um modelo de execução do dever militar, coragem, determinação e alto profissionalismo”, destaca o documento.
Autoridades ucranianas acusam a Rússia de realizar massacre de civis na cidade de Bucha. O prefeito local, Anatoliy Fedoruk, considera que a população está estimada em 3,4 mil habitantes — número 88% menor que os 30 mil registrados em 2021.
Veja publicação de Putin (em russo):
O mundo ficou assombrado com vídeos divulgados no começo de abril. Nas gravações, é possível ver cenas chocantes da tragédia na cidade de Bucha.
As imagens mostram ao menos 20 cadáveres no chão e em valas comuns. O governo ucraniano diz que mais de 400 corpos de civis foram encontrados na região.
Guerra
As forças russas não deram trégua e prosseguiram com os ataques massivos contra a Ucrânia. Mais de 300 mísseis, segundo o Exército de Vladimir Putin, foram disparados. Lviv e Lugansk registraram mortes. Kharkiv, Zaporizhzhia, Donetsk e Dnipro sofreram bombardeios.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro. Nesta segunda-feira (18/4), a guerra completa 54 dias.
A tensão no Leste Europeu voltou a subir após ao menos três ataques ucranianos contra o território russo. O país liderado por Putin, que havia prometido trégua a Kiev, voltou a bombardear a capital.
A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.