Presidente da Ucrânia diz estar disposto a discutir entrada na Otan
Em discurso transmitido na televisão, Zelesnky comentou a possibilidade de o país adotar um “status neutro”
atualizado
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse durante um pronunciamento na televisão que estava disposto a negociar sobre qualquer assunto com o presidente russo Vladimir Putin. O discurso foi feito antes do começo do ataque à capital, Kiev, que se iniciou às 4h locais.
Zelesnky comentou a possibilidade de o país adotar um “status neutro”, o que significaria o abandono da ambição de entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento” disse, antes de ressaltar a preocupação de tornar a Ucrânia mais vulnerável. “Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam [garantias]?”.
Em outro pronunciamento, desta vez após os ataques, o presidente reforçou o pedido de negociações em uma mensagem de vídeo divulgada pelo Telegram. “Eu quero mais uma vez fazer um apelo ao presidente da Federação Russa. Vamos sentar na mesa de negociações e parar as mortes”.
Veja imagens dos ataques da Rússia na Ucrânia
A resposta do governo da Rússia, porém, caminhou progressivamente em direções contrárias. Inicialmente, o porta-voz Dmitri Peskov afirmou que Putin irá analisar o pedido de Zelesnky, que considera “um movimento numa direção positiva”.
Entretanto, pouco depois, o chanceler russo Sergei Lavrov, declarou que a Ucrânia “perdeu a oportunidade das negociações de segurança” e está “simplesmente mentindo” ao apontar a discussão sobre um status neutro.
“O presidente Zelensky não disse a verdade, ele simplesmente os enganou”, afirmou. “Zelensky está mentindo quando diz querer discutir o status neutro da Ucrânia. Ele perdeu a oportunidade das negociações de segurança”.
A diplomacia apenas será possível, para Lavrov, quando o país inimigo se render militarmente. “Estamos prontos para negociações, a qualquer momento, assim que as Forças Armadas ucranianas ouvirem nosso chamado e depem suas armas”, afirmou. “Ninguém irá atacá-los, ninguém irá feri-los, poderão voltar para suas famílias”.
