ONU acusa Rússia de usar bombas de fragmento contra a Ucrânia
A ex-presidente chilena afirmou que a ONU possui indicativo de que esse tipo de bomba estaria sendo usada pelos russos, mas não detalhou
atualizado
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A Alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que a entidade tem indícios confiáveis de que a Rússia usou bombas de fragmentação na guerra na Ucrânia.
Nesta quarta-feira (30/3), o artefato libera projéteis em alta velocidade e em todas as direções quando acionado. Além de mortos e feridos, esse tipo de bomba tem efeito “psicológico”, por criar pânico generalizado.
A ex-presidente chilena afirmou que a ONU possui indicativo de que esse tipo de bomba estaria sendo usada pelos russos, mas não apresentou detalhes de quando e onde elas teriam sido usadas.
“Ataques indiscriminados são proibidos pelo direito internacional humanitário e podem constituir crimes de guerra”, frisou.
O Kremlin, sede do governo russo, tem negado todas as acusações até o momento do uso desse tipo de bomba.
O uso desse tipo de bomba é proibido pela Convenção de Oslo, de 2010. Contudo, o artefato continua sendo utilizado em conflitos na Síria e no Iêmen, por exemplo.
Crimes de guerra
A ONU nomeou o juiz norueguês Erik Mose para investigar supostos crimes de guerra na Ucrânia. A entidade confirmou que “todas as supostas violações e abusos de direitos humanos e violações da lei humanitária internacional, além de crimes relacionados, no contexto da agressão contra a Ucrânia pela Federação Russa” serão apurados.
Mose é ex-integrante da Suprema Corte da Noruega e do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Ele já fez parte de várias cortes internacionais, como o Tribunal Penal Internacional para a Ruanda, que investigou o genocídio no país em 1994.
A abertura de uma comissão internacional independente foi um pedido da Ucrânia e, no início do mês, a ONU aceitou a proposta.
A Anistia Internacional denunciou crimes de guerra e acusou as tropas do presidente Vladimir Putin de criarem “armadilhas mortais” no conflito.
Na terça-feira (29/3), a entidade de defesa dos direitos humanos defendeu que a guerra na Ucrânia se assemelha à que ocorre na Síria — país que vive instabilidade política há mais de uma década.
A secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard, afirmou que há ataques intencionais contra infraestruturas civis e residenciais e bombardeios de escolas. Ela acusou a Rússia de proporcionar corredores humanitários para transformá-los em “armadilhas mortais”.
Callamard comparou Mariupol, no leste da Ucrânia, com a cidade síria de Aleppo, devastada pelos combate do regime de Damasco, que é apoiado pela Rússia.