Integrante do Hamas nega que grupo impeça saída de brasileiros de Gaza
Segundo o porta-voz do Hamas, o grupo não têm qualquer influência sobre as listas de pessoas que saem da Faixa de Gaza
atualizado
Compartilhar notícia
O grupo extremista Hamas rebateu as acusações de Israel, e negou que esteja dificultando a saída de brasileiros da Faixa de Gaza.
Ao Metrópoles Bassem Naeem, um dos porta-vozes do Hamas, afirmou que o grupo não tem qualquer influência sobre as listas de pessoas que saem da Faixa de Gaza, que vive uma situação caótica desde o último dia 7 de outubro.
“Todas as listas de estrangeiros, palestinos e [pessoas] com dupla nacionalidade que estão prestes a sair de Rafah estão vindo até o nosso Ministério do Interior por todos os lados. Elas estão sob supervisão de americanos e dos egípcios”, assegura.
Segundo Naeem, os egípcios transferem essas listas para os serviços palestinos. “Portanto, nós não influenciamos nenhuma dessas listas. Não temos poder para decidir quem pode sair ou quem não pode sair”, continuou.
A afirmação do porta-voz rebate as alegações do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que recentemente culpou o grupo palestino pela demora na liberação do grupo de brasileiros da região.
“O Hamas é o único fator atrasando a saída de brasileiros da Faixa de Gaza por seus próprios interesses”, disse Zonshine na última quarta-feira (8/11).
Fuga do Hamas e portão fechado
Um dia após o grupo de brasileiros e seus familiares que estão presos em Gaza receberem a autorização para deixar o território em guerra, a fronteira de Rafah, a única agem para deixar a Palestina, foi fechada nesta sexta-feira (10/11).
Mesmo com a autorização, os brasileiros não conseguiram cruzar a divisa entre o Egito e a Palestina para fugir do conflito humanitário entre Israel e o Hamas. Ao Metrópoles fontes do Itamaraty informaram que o “portão nem chegou a abrir”.
Estão liberados a deixar Gaza 22 brasileiros, nove palestinos e três pessoas de outros países. Há um avião cedido pela Presidência da República à espera do grupo no Cairo. O processo de repatriação vai ocorrer por intermédio da Força Aérea Brasileira (FAB).
A brasileira Shahed al-Banna, de 18 anos, chegou a gravar um vídeo mostrando a situação na fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e relatou que mesmo as pessoas com nome na lista para deixar a região foram impedidas de sair.
“A maioria são estrangeiros, mesmo assim ninguém conseguiu sair hoje [quarta-feira (8/11)]. Eles mandaram todos de volta. Dizem que era para enviar as ambulâncias primeiro, mas nenhuma conseguiu sair”, relatou a jovem.
