Guerra com a Rússia matou mais de 6,8 mil civis na Ucrânia, aponta ONU
Desde o início do confronto entre Rússia e Ucrânia, ao menos 38 crianças morreram em território ucraniano. ONU alerta para mais vítimas
atualizado
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O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos registrou 17.831 vítimas civis na Ucrânia, desde 24 de fevereiro deste ano, quando a Rússia invadiu o país e a guerra começou. Foram 6.884 mortos e 10.947 feridos até o dia 26 de dezembro.
No entanto, a agência estima que o número real de vítimas da guerra deve ser “consideravelmente superior”, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (28/12).
Segundo a ONU, as mortes contabilizam 2.719 homens, 1.832 mulheres, 175 meninas e 216 meninos, além de 38 crianças e 1.904 adultos cujo sexo ainda é desconhecido. A maior parte das vítimas está em Donbass, na região de Donetsk e Luhansk: 9.695 (4.052 mortos e 5.643 feridos).
A maior parte das mortes civis ocorreu em razão do uso de armas explosivas com efeitos de ampla área, como bombardeios de artilharia pesada, sistemas de lançamento múltiplo de foguetes, mísseis e ataques aéreos.
Nesta quarta (28/12), todo o território ucraniano está sob alerta de ataque aéreo. Segundo autoridades ucranianas, a ala de maternidade em um hospital da cidade de Kherson foi atingida por mísseis esta manhã, mas ninguém ficou ferido. As tropas russas teriam disparado 33 mísseis conta alvos civis em uma série de bombardeiros aéreos nas últimas 24 horas.
Veja mais dados do relatório:
- vítimas em território controlado pelo governo ucraniano: 7.579 (3.569 mortos e 4.010 feridos)
- vítimas em território controlado pelas forças armadas russas e grupos armados afiliados: 2.116 (483 mortos e 1.633 feridos)
- vítimas em outras regiões da Ucrânia que estavam sob o governo local quando foram registradas: 8.136 (2.832 mortos e 5.304 feridos)
Subnotificação
Representantes da ONU sustentam que os números reais sejam maiores por conta da dificuldade de mapear os afetados pela guerra. Há um atraso no recebimento de informações em locais onde as hostilidades permanecem intensas, e muitos relatórios ainda estão pendentes de confirmação.
Esse é o caso, por exemplo, das cidades de Mariupol — em disputa constante —, Izium (região de Kharkiv), Lysychansk, Popasna e Sievierodonetsk (região de Luhansk), onde há alegações de numerosas vítimas civis.