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O governador da Califórnia, Gavin Newsom, pediu uma investigação independente sobre os incêndios em Los Angeles que já mataram 11 pessoas. Novos alertas para evacuar várias zonas dos arredores da cidade foram novamente emitidos na noite dessa sexta-feira (10/1), mesmo com os ventos permitindo um melhor combate às chamas nas últimas horas.
Após quase cinco dias de chamas intensas que já consumiram mais de 15 mil hectares, incluindo 10 mil casas, na região de Los Angeles, Newsom pediu uma investigação independente aos fogos selvagens.
O pedido ocorre após a população se insurgir contra a resposta das autoridades, alegando falta de preparação, incluindo falsos alarmes de evacuação e a escassez de água para combater os fogos, o que deixou os bombeiros desamparados face à proporção destes incêndios.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao ser informado do avanço dos fogos disse tratar-se de “uma zona de guerra”, fazendo lembrar locais fortemente bombardeados. Newsom disse querer “respostas claras” sobre o que se ou na gestão desta catástrofe.
Uma habitante local, Sandrine Boury-Heyler, descreveu à jornalista da RFI, Murielle Paradon, um “apocalipse”, afirmando que “ninguém está a salvo” na cidade.
Os ventos fortes que alimentam estes incêndios acalmaram na sexta-feira, fazendo com que os bombeiros conseguissem combater as chamas com maior eficácia nos bairros de Pacific Palisades e Malibu, com 8% do incêndio contido. O combate às chamas continua ainda em Altadena e Hidden Hills.
Para além das casas particulares, o fogo aproximou-se do Getty Center, um centro cultural que inclui um museu com 125 mil obras, entre elas pinturas de Gauguin ou Vincent van Gogh. Tendo custado mais de mil milhões de dólares, este centro está preparado para resistir a fogos, mas a intensidade destes incêndios selvagens está a criar inquietação quanto à sua preservação.
A juntar-se aos incêndios, muitas casas foram saqueadas levando as autoridades a impor um recolher obrigatório das 18 horas locais até às 6 horas da manhã. As vizinhanças evacuadas viram a segurança reforçada e quem for encontrado a pilhar as casas vazias incorre numa pena de prisão até seis meses.
