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El Salvador: ações de Bukele na segurança influenciam vizinhos latinos

Com números impressionantes na queda da criminalidade, modelo Bukele ganha força na América Latina. Prefeito do Rio anunciou visita ao país

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida de Nayib Bukele- Metrópoles - Foto: Arte Metrópoles

A transformação de El Salvador, de um dos países mais violentos do mundo para o mais seguro da América Latina, tem despertado atenção e dividido opiniões no continente. Na última segunda-feira (14/3), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou que visitará o país para conhecer de perto as políticas de segurança adotadas pelo presidente Nayib Bukele.

A visita de Paes, que governa a cidade brasileira apontada como a mais perigosa do país e a sétima do mundo, segundo o ranking de 2024 da plataforma Numbeo, não é apenas protocolar.

Em um momento em que a segurança pública se consolida como um dos principais temas da política nacional, o gesto representa um sinal de aproximação do Brasil com uma tendência crescente na região: o endurecimento penal e a militarização como resposta à criminalidade.

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O presidente de  El Salvador, Nayib Bukele, ao lado da esposa Gabriela Rodriguez de Bukele
El Salvador aceitará criminosos deportados dos EUA em troca de taxa
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Nayib Bukele toma posse em El Salvador

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O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ao lado da esposa Gabriela Rodriguez de Bukele

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El Salvador aceitará criminosos deportados dos EUA em troca de taxa

Reprodução/Redes sociais

“Milagre” salvadorenho

Desde que assumiu a presidência em 2019, Bukele impôs um modelo radical de combate ao crime, ancorado em prisões em massa, estado de exceção permanente e vigilância militar constante.

Mais de 75 mil pessoas foram presas por suposta ligação com gangues — em muitos casos, sem provas ou o à defesa — e o país ganhou notoriedade com a construção do CECOT (Centro de Confinamento do Terrorismo), uma mega prisão com capacidade para 40 mil detentos, sem visitas ou comunicação externa.

O impacto foi direto. A taxa de homicídios caiu para 1,9 por 100 mil habitantes, a menor das Américas. Bukele se apresenta como um vencedor da “guerra contra as gangues” e desafia abertamente a comunidade internacional, que o acusa de atropelar direitos humanos e o devido processo legal.

Denúncias de tortura

Organizações como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional denunciam torturas, detenções arbitrárias e mortes sob custódia. Ainda assim, o modelo se espalha pela América Latina.

Em entrevista ao Metrópoles, o advogado internacional Julian Henrique Dias Rodrigues destaca que mesmo diante das críticas, não se pode negar os resultados.

“Críticas surgiram sobre alegados excessos no modelo salvadorenho de segurança, mas tornou-se cada vez mais difícil ignorar os resultados obtidos. A redução drástica dos homicídios e da criminalidade violenta demonstram que a presença firme do Estado — ainda que imperfeita — foi suficiente para restaurar parte da confiança pública”, afirma.

Modelo exportável?

Equador, Honduras, Argentina, Peru e Guatemala já adotaram — ou estudam adotar — variações do “modelo Bukele”. No Equador, o presidente Daniel Noboa lançou uma série de medidas inspiradas em El Salvador, incluindo mega prisões e toque de recolher.

Honduras autorizou a construção de um presídio para 20 mil detentos. Na Argentina, a ministra Patricia Bullrich sinalizou apoio a medidas semelhantes. Agora, o interesse de Eduardo Paes coloca o Brasil no radar da chamada “virada securitária” regional.

Embora o prefeito do Rio tenha perfil mais moderado que líderes conservadores da região, a gravidade da crise de segurança na região pode impulsionar um novo pragmatismo na gestão da ordem pública.

“Altos índices de corrupção em sistemas judiciais e policiais minam qualquer tentativa séria de reduzir o crime. O cidadão, ao perceber que a lei vale apenas para alguns — ou que pode ser “negociada” nos bastidores —, adere ao cinismo político e desiste da cooperação cívica”, analisa Rodrigues.

Para o especialista, esse vácuo foi ocupado por formas alternativas de poder. “O crime prospera como alternativa de ordem, enquanto o cidadão comum a a ver o Estado como ausente ou ineficaz.” O modelo salvadorenho, segundo Rodrigues, reflete a demanda social por ordem em meio ao descrédito das instituições tradicionais.

Ainda assim, o advogado alerta para os riscos de se normalizar estados de exceção: “A luta contra o crime não pode ser terceirizada à truculência. É preciso fortalecer o devido processo como instrumento de confiabilidade, e não como barreira à ação do Estado.”

O que esperar da visita de Paes?

A viagem do prefeito do Rio ainda não tem data confirmada, mas deve incluir encontros com autoridades salvadorenhas e visitas a centros de segurança. Internamente, a aproximação com o “efeito Bukele” pode sinalizar uma inflexão na política de segurança carioca.

Com foco na reeleição em 2026 e atento ao desgaste da segurança pública como tema central no debate urbano, Paes pode estar se reposicionando diante da opinião pública.

Enquanto isso, o Brasil acompanha, com opiniões divididas, a consolidação de um novo paradigma na América Latina: menos garantias legais em troca de mais controle estatal. Resta saber se tal custo da paz social é compatível com princípios democráticos.

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