“Culpados devem ser punidos”, exige Zelensky após massacre na Ucrânia
Líder ucraniano voltou a acusar o Exército russo de cometer “crimes desumanos” na cidade de Bucha, próxima a Kiev
atualizado
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“Todos os culpados devem ser punidos.” Essa foi a exigência do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao conversar com a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre o massacre em Bucha, cidade próxima a Kiev.
Na noite desta segunda-feira (4/4), o líder ucraniano voltou a acusar o Exército russo de cometer “crimes desumanos”, se referindo ao ataque nos subúrbios da capital. Antes, ele já havia falado em “genocídio”
Zelensky destacou a prontidão da União Europeia em providenciar apoio técnico e financeiro para a formação de uma equipe conjunta de investigação para apurar as circunstâncias das mortes.
Negotiated with President of the 🇪🇺 Commission @vonderleyen. Informed about inhumane crimes of the aggressor in the suburbs of Kyiv. Agreed – all guilty must be punished! Appreciate the EU’s readiness to provide financial & technical to the relevant JIT #StopRussia
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) April 4, 2022
O mundo voltou a ficar assombrado com a guerra na Ucrânia. Em gravações divulgadas nesse domingo (3/4), é possível ver cenas fortes da tragédia na cidade. As imagens mostram ao menos 20 cadáveres no chão e em valas comuns.
A declaração foi dada após uma reunião diplomática em Varsóvia, na Polônia. “Bucha é a ponta do iceberg. Em Mariupol, a situação é ainda pior”, frisou.
Como represália ao massacre, Alemanha, França e Lituânia expulsaram diplomatas russos. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou o ataque e voltou a chamar o líder russo, Vladimir Putin, de “criminoso de guerra”.
A União Europeia anunciou a abertura de um inquérito, em conjunto com a Ucrânia, para apurar o que ocorreu em Bucha.
Negativa russa
O governo russo negou que tenha matado civis em Bucha. Na manhã desta segunda, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reafirmou o posicionamento do país: “Rejeitamos categoricamente todas as acusações”.
O país liderado por Vladimir Putin nega que tenha promovido o massacre. Segundo o governo ucraniano, ao menos 400 corpos foram encontrados na rua ou em valas rasas. O Kremlin pediu uma análise oficial do que chamou de “provocação” ucraniana.
Alexander Bastrykin, chefe do Comitê de Investigação da Rússia, determinou a abertura de um inquérito para apurar se a Ucrânia espalhou “informações deliberadamente falsas” sobre as forças armadas russas, segundo um comunicado do comitê.
A Rússia alega que as imagens do massacre foram encenadas e editadas pelos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Os russos convocaram uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir o que chamou de “provocações odiosas” da Ucrânia.