Brasil ficará sem embaixador da Ucrânia após insatisfações com Lula
Embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk deixará posto no Brasil para assumir o cargo de representante permanente na ONU
atualizado
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Em meio às recentes rusgas entre Brasília e Kiev, o Brasil ficará sem embaixador da Ucrânia no país por tempo indeterminado. A informação foi confirmada por fontes diplomáticas ucranianas ao Metrópoles, nessa terça-feira (29/4).
A representação ucraniana em solo brasileiro ficará sem um representante de primeiro nível nos próximos dias. Isto porque o atual embaixador no país, Andrii Melnyk, deixará o posto para assumir o cargo de representante permanente da Ucrânia na Organização das Nações Unidas (ONU).
“Haverá um conselheiro como Encarregado de Negócios em Brasília por algum tempo, não sabemos por quanto tempo”, disse uma fonte familiarizada sobre o assunto ao ser questionada sobre o possível nome que substituiria Melnyk.
No mundo diplomático, manter uma embaixada sem embaixador sinaliza um sinal político que pode anteceder a uma crise entre dois países. O gesto é interpretado, muitas vezes, como um sinal de descontentamento de um país em relação ao anfitrião da missão diplomática.
De Kiev, uma fonte ligada à diplomacia brasileira negou ao Metrópoles qualquer crise diplomática entre os dois países por conta do caso. Assim como não existe a “intenção de adiar a designação” de um novo embaixador para ocupar o posto no Brasil.
O processo, segundo pessoas ouvidas pela reportagem, é “normalmente lento e depois vai ar por várias camadas de análise, ainda mais dada a alta relevância atribuída ao Brasil”.
Rusgas
A decisão de deixar a representação diplomática da Ucrânia no Brasil em um embaixador surge após meses de rusgas entre os dois países.
O anúncio da viagem de Lula a Rússia, para participar das comemorações do 80º aniversário Dia da Vitória em Moscou, voltou a estremecer a já abalada relação entre Brasília e Kiev.
A viagem foi vista pelo governo ucraniano como mais um sinal positivo de Lula para a Rússia, que sob o comando de Vladimir Putin iniciou uma invasão na Ucrânia há três anos.
Por isso, o governo da Ucrânia recusou ao menos duas tentativas de conversa telefônica entre Lula e Zelensky. As negativas surgiram após o presidente brasileiro prometer um contato com seu par ucraniano.