Alemanha será palco de negociações de paz entre Ucrânia e Rússia
Expectativa é de que delegações dos EUA, Rússia e Ucrânia se reúnam na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, para discussões
atualizado
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A Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, será palco do início das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, mediadas pelos Estados Unidos de Donald Trump. O evento começa nesta sexta-feira (14/2).
Negociações avançam
- Com a mediação de Trump, Rússia e Ucrânia deram os primeiros os para que a paz seja discutida.
- A guerra da Ucrânia pode completar três anos no próximo dia 24 de fevereiro.
- Com a chegada de Trump ao poder, a posição de Zelensky é delicada, com pressões do presidente do principal país apoiador da Ucrânia pelo fechamento de um acordo – ainda que seja um que frustre os desejos de Kiev.
O início da possível resolução do conflito, que pode completar três anos no próximo dia 24 de fevereiro, foi anunciado pelo presidente dos EUA um dia após contatos com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky (foto em destaque), na última quarta-feira (12/2).
Após conversar por telefone com os dois presidentes, Trump anunciou um acordo envolvendo Washington, Kiev e Moscou para negociar o fim da guerra. Antes da presença da Rússia, o presidente norte-americano já havia anunciado que delegações dos Estados Unidos e Ucrânia se encontrariam no evento de segurança internacional na Alemanha.
Mesmo que Trump tenha conseguido avançar no tema, a postura do presidente norte-americano foi criticada por países da Europa, que apoiam a Ucrânia desde o início do conflito. Os europeus, depois do contato entre o presidente norte-americano e o líder russo, acusaram os EUA de aceitarem fazer concessões à Rússia antes mesmo do início das discussões.
Zelensky também sinalizou insatisfação com os rumos das conversas, e afirmou que a Ucrânia não aceitará qualquer negociação de paz que não envolva o país.
Depois das acusações vindas da Europa, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, saiu em defesa de Trump, e negou a existência de algum tipo de “traição” contra Kiev por parte de Washington. De acordo com o ex-apresentador de TV, o lado norte-americano está investindo “em uma paz negociada”.
Posição da Ucrânia é complicada
A reclamação do presidente ucraniano acontece após Kiev ceder e recuar em diversos pontos tidos como inegociáveis anteriormente.
Zelensky já sinalizou que deve usar a ocupação ucraniana em Kursk, cidade russa localizada perto da fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, como moeda de troca no possível plano de paz.
Se antes qualquer perca territorial ucraniana era assunto fora de cogitação, o presidente da Ucrânia recuou, e sugeriu a troca de áreas ocupadas pelos russos pela cidade, alvo de uma incursão de tropas ucranianas em agosto do último ano.
A proposta foi imediatamente rejeitada por Moscou, já que a possível troca não seria benéfica para a Rússia, tendo em vista que tropas russas ocupam áreas consideravelmente maiores na Ucrânia do que o território conquistado por ucranianos em Kursk.
Como já havia sugerido em outras ocasiões, Zelensky ainda pediu que as discussões envolvessem garantias de segurança para a Ucrânia, como uma maior aproximação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Apesar do novo apelo do presidente ucraniano, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, voltou a sinalizar que o ingresso da Ucrânia na aliança militar não deve acontecer em um futuro próximo.
Em Bruxelas, Rutte disse que uma possível filiação ucraniana na aliança, como parte de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, nunca foi um compromisso da Otan.
