Querida Moana, estamos viciados em você
Se você é ainda mais atrasado que eu e não assistiu ao filme: este texto contém spoilers
atualizado
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A febre do momento na minha casa é o filme “Moana: um mar de aventuras”. Demorou, mas compramos o blu-ray e, agora, nada mais faz tanto sucesso quanto a jovem adolescente que desbrava os mares para salvar seu povo – ok, provavelmente, ela ainda perde da Peppa.
Moana é divertido, hipnotizante, tem um enredo bem-amarrado, personagens engraçados e uma trilha sonora que é um show à parte. Já assistimos à animação uma porção de vezes. Eu e Miguel decoramos algumas falas e boa parte das canções. Sou a primeira a dar a maior força quando eles querem rever.A protagonista, uma menina de 16 anos, enfrenta as proibições e os temores do pai e parte para uma aventura pelo oceano. Na trajetória, ela precisa aprender a navegar e convencer Maui, um semideus que roubou o coração da deusa-mãe, a devolvê-lo. Moana sai de sua ilha bastante insegura, mas vai se fortalecendo e vencendo novos desafios com o ar do tempo.
O que me deixou absolutamente encantada com a personagem foi justamente o perfil de Moana, corajosa e determinada, tão diferente da maioria das “princesas Disney”. Ela não é a primeira protagonista forte e lutadora a ser apresentada pelo estúdio. Mulan e Pocahontas também lutaram por seus povos – a primeira, inclusive, se disfarçando de homem para assumir o lugar do pai no exército chinês.
O que faz de “Moana” ainda melhor é a ausência de um romance na trama. A jovenzinha não cai de amores por ninguém, em momento algum. Não existe a ideia implícita de que um happily ever after precisa vir acompanhado do relacionamento amoroso.
Maui, o personagem masculino mais forte da trama – quem Miguel adora imitar e de quem roubou os bordões, para usá-los conosco –, é um valentão que aprende com Moana a importância da lealdade e do trabalho em equipe. E, no final, eles viram amigos.
Fico feliz por saber que o referencial feminino de uma protagonista como Moana está sendo absorvido pelos meus filhos. Isso pode não ser decisivo na formação deles, mas ajuda muito enxergar mulheres como pessoas fortes, independentes e destemidas.
Se, na minha infância, houvesse mais personagens como Moana – e menos como Cinderela e a Bela Adormecida – talvez mais meninas cresceriam com a certeza de poder chegar aonde quiserem e de que não precisam de nenhum príncipe para serem felizes.