PCDF intimará professor sobre suspeita de vazamento em concurso
Corporação instaurou inquérito e vai apurar denúncias. Se forem comprovadas, autor pode ser preso e certame para escrivão fica comprometido
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) decidiu instaurar inquérito para apurar as suspeitas de vazamento do edital para o concurso de escrivão da corporação, publicado, nesta quinta-feira (05/12/2019), no Diário Oficial (DODF). As investigações estão sob responsabilidade da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), que vai intimar o professor Carlos Alfama, do Zero Um Concursos, responsável por publicar o texto nas redes sociais antes de o edital ser divulgado.
Conforme o Metrópoles mostrou, o docente do cursinho preparatório deu detalhes do conteúdo da prova horas antes de o Governo do Distrito Federal (GDF) publicar oficialmente o edital. Após o fato, o diretor da PCDF, Robson Cândido, esclareceu à reportagem ter determinado que a instituição apurasse rigorosamente a suspeita de crime. A intimação será feita nesta sexta-feira (06/12/2019). Segundo ele, se confirmado o vazamento, o delito é “punível com prisão”. O certame, neste caso, ficaria comprometido.
Paralelamente, no âmbito istrativo, a Casa Civil do DF também informou que abriu sindicância interna para levantar sobre quais circunstâncias as informações foram readas antes mesmo da publicação. O órgão é o responsável pelos atos oficiais do Palácio do Buriti.
Entenda o caso
Na noite de quarta-feira (04/12/2019), Carlos Alfama, do Zero Um Concursos, divulgou o dia exato da prova e, inclusive, que a disciplina de estatística não cairia no exame. Contudo, o edital com os detalhes da disputa foi publicado apenas nesta quinta-feira (05/12/2019). Os internautas logo aram a fazer postagens levantando a hipótese de fraudes.
“Professor, não me leve a mal, sou fã de vocês, indico o trabalho, mas são 5h39 da manhã do dia 05/12//2019 e o DODF de hoje ainda não foi publicado. Quando o DODF de hoje sair e for publicado o edital, vocês terem tido o a ele antecipadamente não pode atrapalhar o certame?”, escreveu uma internauta.
“Muito estranho!! Se ele teve o ao edital antes de todos, já possui tais informações, podemos até duvidar da credibilidade do concurso”, reclamou outro seguidor.
Confira algumas das publicações:
Leia aqui a matéria do Metrópoles com detalhes do edital.
Responsabilidade criminal
O Palácio do Buriti também foi acionado pela coluna e, por meio da Casa Civil, informou que “a divulgação não implica prejuízo ao certame, pois a informação já seria pública na manhã desta quinta-feira (05/12/2019). Esclarece, ainda, que será aberto um inquérito para apuração dos fatos, pois é de competência da Casa Civil a gestão do Diário Oficial do Distrito Federal e a análise dos documentos recebidos para publicação, porém, a editoração e paginação ficam a cargo da Imprensa Nacional, com quem o GDF tem convênio”.
Em nota distribuída à imprensa após a publicação desta reportagem, o professor Carlos Alfama afirmou que “o edital da PCDF estava circulando nos grupos de WhatsApp de madrugada, por volta de 2 horas. Todos os donos de cursos compartilharam a notícia assim que acordaram. Até porque se o documento estava em uma página do Diário Oficial era porque devia estar publicado em algum lugar”.
“Fui o Zero Um a acordar”, disse ele. “Agora, começa um mimimi de que o documento era sigiloso até 7h… sério? Diário Oficial é sigiloso desde quando">
Sobre a live feita na noite anterior à publicação do edital, Alfama disse: “Eu falei mil vezes que não vi o edital. Que não sabia se cairia istrativo. Mas que o que tinha ouvido falar era que a prova seria dia 15/3 e etc… Deixei claro que podia mudar ou ser diferente”.
Por meio da assessoria de imprensa, o Curso Zero Um negou que tenha havido vazamento antecipado do edital ao professor Carlos Alfama. “São infundadas as informações”, garantiu. Segundo a empresa, o professor “apenas divulgou dados que já encontravam-se difundidos em redes sociais.”
Veja a nota na íntegra do curso:
“A Zero Um Concursos vem a público esclarecer, em nome do professor Carlos Alfama, que são infundadas as informações de que houve vazamento do edital, ou mesmo antecipação de informações.
O que o professor fez foi apenas divulgar dados que já encontravam-se difundidos em redes sociais, como WhatsApp e Telegram, e fez o repostamento.
Esclarece, ainda, que não teve o algum ao documento oficial publicado ou fonte do governo.
O Diário Oficial do DF quem trouxe os dados informados – previsivelmente – mencionados pelo professor.”