Bancada feminina da Câmara repudia ataque do ministro da CGU a Simone Tebet
Coordenadoria das mulheres diz que “é crescente” o ataque contra as parlamentares eleitas no Congresso Nacional
atualizado
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A bancada feminina na Câmara dos Deputados repudiou, nesta terça-feira (21/9), a declaração do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, de que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) estaria “descontrolada” durante a oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (I) da Covid-19.
A declaração rendeu reações enérgicas de congressistas, o que fez com que o titular do primeiro escalão do governo Bolsonaro pedisse desculpas publicamente para a parlamentar emedebista.
“Além de ter sido agressivo com os demais senadores do colegiado, o ministro destratou a senadora e sua atitude provocou reação imediata dos parlamentares, que cobraram respeito do ministro e até o chamaram de ‘machista'”.
Após a suspensão da oitiva, a bancada garantiu “total apoio e solidariedade à senadora Simone Tebet (MDB-MS) e não aceita quaisquer formas de violência contra as mulheres”.
O colegiado destacou que toda ação e atuação da secretaria “não pera qualquer ideologia política e, assim como à senadora Simone Tebet, em outras ocasiões manifestamos igualmente nossa solidariedade. Como exemplo, o caso mais recente ocorreu contra a deputada Vivi Reis (PSol-PA), que teve seu escritório político invadido e depredado este mês”.
As parlamentares mulheres também repudiam “a violência sofrida pela vereadora goiana Lucíula do Recanto (PSD), em ato de violência política de gênero e incitação ao crime de ameaça de morte praticado pelo deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota), em agosto último”.
Na esteira dos ataques misóginos, a bancada informa ter sido feita manifestação em plenário, no mês de junho, a favor e na defesa da deputada federal Luisa Canziani (PTB-PR), acusada por parlamentares de utilizar um microfone durante gravação de um programa de televisão para gravar conversas não autorizadas.
“Esta secretaria também se manifestou contra a violência política sofrida pela então secretária especial de Cultura do governo federal, a atriz Regina Duarte, em fevereiro de 2020. Estes são apenas alguns dos inúmeros casos de violência que tantas mulheres parlamentares, mulheres públicas e até chefes do Executivo, como foi o caso envolvendo a prefeita do município de Cachoeira na Bahia, têm sofrido, e para os quais esta Secretaria precisou se manifestar publicamente”.
Para as parlamentares, “é notório o crescimento dos atos de violência política contra as mulheres. Nesse sentido, a Coordenadoria dos Direitos da Mulher da Câmara se manifesta, representando toda a bancada feminina, e, juntamente com a Procuradoria da Mulher, não deixará de se manifestar em nenhuma ocasião em que as mulheres forem desrespeitadas, e sempre envidará todos os esforços para cobrar as providências legais cabíveis dos órgãos responsáveis”.
Veja a nota, na íntegra:
“A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, formada pela Coordenadoria dos Direitos da Mulher e pela Procuradoria da Mulher, como órgãos políticos e institucionais que atuam em benefício e defesa da população feminina brasileira, vem a público repudiar veementemente as ofensas e a forma totalmente desrespeitosa pela qual a Senadora Simone Tebet, coordenadora da bancada feminina do Senado Federal, foi tratada pelo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário, durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito – I da Pandemia, nesta terça-feira (21/09). Além de ter sido agressivo com os demais Senadores do Colegiado, o ministro destratou a Senadora e sua atitude provocou reação imediata dos parlamentares, que cobraram respeito do ministro e até o chamaram de “machista”. O tumulto chegou a causar a suspensão da sessão.
A bancada feminina manifesta total apoio e solidariedade à Senadora Simone Tebet (MDB-MS) e não aceita quaisquer formas de violência contra as mulheres. Destacamos que toda ação e atuação desta Secretaria não pera qualquer ideologia política e, assim como à Senadora Simone Tebet, em outras ocasiões manifestamos igualmente nossa solidariedade. Como exemplo, o caso mais recente ocorreu contra a deputada Vivi Reis (PSOL-PA), que teve seu escritório político invadido e depredado este mês. Também repudiamos violência sofrida pela vereadora goiana Lucíula do Recanto (PSD), em ato de violência política de gênero e incitação ao crime de ameaça de morte praticado pelo deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota), em agosto último.
Da mesma forma, foi feita manifestação em Plenário no mês de junho, a favor e na defesa da deputada federal Luisa Canziani (PTB-PR), acusada por parlamentares de utilizar um microfone durante gravação de um programa de televisão para gravar conversas não autorizadas. E esta Secretaria também se manifestou contra a violência política sofrida pela então secretária Especial de Cultura do governo federal, a atriz Regina Duarte, em fevereiro de 2020.
Estes são apenas alguns dos inúmeros casos de violência que tantas mulheres parlamentares, mulheres públicas e até chefes do Executivo, como foi o caso envolvendo a prefeita do município de Cachoeira na Bahia, têm sofrido, e para os quais esta Secretaria precisou se manifestar publicamente.
É notório o crescimento dos atos de violência política contra as mulheres. Nesse sentido, a Coordenadoria dos Direitos da Mulher da Câmara se manifesta, representando toda a bancada feminina, e, juntamente com a Procuradoria da Mulher, não deixará de se manifestar em nenhuma ocasião em que as mulheres forem desrespeitadas, e sempre envidará todos os esforços para cobrar as providências legais cabíveis dos órgãos responsáveis.
Brasília, 21 de setembro de 2021. Secretaria da Mulher”