Verão 90: atores e atrizes comentam sobre a década de 1990
Copa do Mundo, movimento hippie e natação: veja o que fazia o elenco durante os movimentados anos
atualizado
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Uma viagem aos anos 1990. É impossível não vivenciar isso ao assistirmos as cenas de Verão 90, novela das sete da TV Globo. Foi um período de grandes transformações no Brasil. A Seleção Brasileira voltou a ser campeã mundial, ao levantar a Copa de 1994, nos EUA, a inflação foi finalmente derrotada com o sucesso do Plano Real, novos estilos musicais aram a dominar as rádios, como o axé, o funk e o sertanejo, os celulares se espalharam e facilitaram a comunicação entre as pessoas.
Como os atores da novela, que revivem a época, enxergam os anos 1990? O Metrópoles fez essa pergunta a vários deles.
Intérprete do protagonista João Guerreiro, Rafael Vitti nasceu em 1995, mas tem lembranças do período. A música de abertura de Verão 90, Pump Up the Jam, do grupo Technotronic, foi trilha de muitas idas dele a discotecas. “Eu dancei muito essa faixa”, diz ele, que também se recorda de algo em especial. “Eu adorava ver meu pai e minha mãe no telefone sem fio. Eu achava o máximo”, diverte-se.
Música também é o forte de Marina Moschen, a Larissa da trama, quando perguntada sobre os anos 1990. “Eu nasci em 1996 e fiquei impressionada com o vozeirão da cantora Cássia Eller”, diz ela, sobre a artista, morta em 2001. “Isso marcou muito a época para mim”, completa a jovem, para destacar igualmente as “canções maravilhosas” de Cazuza, falecido em 1990.
Hippie em Ipanema
Mais experiente, Claudia Ohana, a Janice de Verão 90, viveu a década em toda a sua intensidade. Afinal, nasceu em 1963. Com as lembranças ainda bem vivas na memória, a atriz diz que foi a época dos hippies e afirma ter feito parte da tribo.
“Curtia as músicas e a praia no Posto 9, em Ipanema (no Rio de Janeiro). Tudo era lindo e maravilhoso. Não tinha repressão. Havia liberdade de expressão, liberdade para as pessoas poderem falar o que quiserem, de ser quem quiserem. Antigamente, a cabeça era mais importante do que qualquer coisa. Não importava se era pobre, negro ou gay. Aliás, a gente nem falava que fulano era gay. Era problema dele. Depois da Aids que aram a dizer isso, pois tinham medo e achavam que a doença era só de homossexuais”, conta.
Nascido em 1986, Caio Paduan, o Quinzinho, conta que veio ao mundo no Rio de Janeiro por acaso, pois a mãe estava grávida e seus pais tinham se deslocado até a Cidade Maravilhosa para fazerem um trabalho. Acabaram ficando. Então, com tios festeiros, suas lembranças são de bastante alegria em casa.
“Eu me lembro da Praça dos Cavalinhos, na Rua Xavier de Brito, na Tijuca. Também me recordo muito da turma da natação. Inclusive, nadei ao lado do Rômulo Arantes. Queria ser nadador!”, revela, referindo-se ao falecido ator, que disputou três Jogos Olímpicos pelo Brasil (Munique, 1972; Montreal, 1976; e Moscou, 1980).
Copa com final triste
Parceiro de Caio em várias cenas de Verão 90, Kayky Brito diz que era apaixonadíssimo por futebol e vivia na rua jogando bola com os vizinhos. “Tinha paixão e queria ser jogador, como o Ronaldo!”, recorda.
Outro fã de futebol é Sergio Malheiros, o Diego da trama, que tem na Copa do Mundo da França, realizada em 1998, suas primeiras recordações da década. “Eu nasci em 1993 e me lembro mais a partir do mundial. Foi o momento em que entrei na Globo e quando dei os primeiros os na carreira, ainda bem pequeno”, revela.
Infelizmente, o Brasil perdeu na final para os donos da casa, com um show de Zidane, autor de dois gols na vitória sa por 3×0. Já Camila Queiroz, a malvada e trambiqueira Vanessa, tinha o mesmo encantamento que milhões de outras crianças de sua época: a paixão por Sandy & Junior e Xuxa. “Eu adorava escutar todos eles!”, fala a atriz, que nasceu em 1993. “Adorava também ver a MTV e assistir aos clipes inéditos”, completa.
Marcos Veras, o funkeiro
Intérprete de Álamo, Marcos Veras conta que viveu todas as fases nos anos 1990. No começo, estava na infância, em medos da década curtia a adolescência, e, ao final dela, entrou na vida adulta, fazendo suas primeiras peças de teatro.
A música era uma paixão. “Essa época era o auge do funk carioca, com Claudinho & Buchecha. Eu adorava ser DJ. Escutava tudo e queria reproduzir em casa. Comprei um deck para imitar os programas de rádio. Tinha vinil para fazer mixagem. Cheguei a fazer festinhas com os amigos e me apresentava como DJ. Era o máximo!”, destaca.