Livrarias lançam novas obras escritas por ganhadores do Prêmio Nobel
Livros escritos por nomes como Orhan Pamuk, Alice Munro e Bob Dylan estão entre o que foram lançados nos últimos meses
atualizado
Compartilhar notícia

Apesar da constante queda do mercado editorial no Brasil, há boas novidades surgindo nas livrarias do país ao longo deste ano. Algumas delas ficam por conta dos ganhadores do Prêmio Nobel em literatura.
Neste mês, Orhan Pamuk lançou o livro “Uma Sensação Estranha”. Em abril, “O Progresso do Amor”, de Alice Munro, chegou às estantes. Antes, já havia sido anunciada a edição do livro “Letras (1961-1974)”, com as composições do músico Bob Dylan, ganhador do prêmio na última edição.
Além disso, a Livraria Cultura (Casa Park e Iguatemi Shopping) começou a vender lançamentos de obras escritas por autores premiados com o Nobel em língua inglesa – por ainda não haver uma tradução para o português.
É o caso de “Lacombe Lucien”, de Patrick Modiano, e “Late Essays”, de J. M. Coetzee. Conheça detalhes dessas duas e de outras das obras lançadas:
“Uma Sensação Estranha”, de Ohran Pamuk
Nos livros de Pamuk, o principal personagem não costuma ser uma pessoa, mas uma cidade: Istambul, na Turquia. Em “Uma Sensação Estranha” (Companhia das Letras, R$ 44,90), a transformação da cidade ao longo de várias décadas é apresentada pelos olhos de um vendedor ambulante, Mevlut, que eia pelas ruas com potes de iogurte, arroz, ervilha e boza — bebida turca típica, com trigo fermentado. Nascido num pobre vilarejo, Mevlut sai de casa aos 12 anos rumo à cidade grande. Ali começa uma série de tentativas falhas de estudar, abrir negócios, engajar-se politicamente. Quando chega à meia-idade, todos ao seu redor estão de olho nas benesses fugazes de uma Turquia que se moderniza.
“O Progresso do Amor”, de Alice Munro
Uma mulher divorciada retorna à casa de sua infância, onde ligações profundas se confrontam com a memória de seus pais. Um jovem rapaz, ao se lembrar de um aterrorizante incidente da infância, tem um embate com a responsabilidade que assumiu pelo seu desafortunado irmão caçula. Um homem leva a namorada para uma visita à ex-esposa, apenas para se sentir próximo novamente de sua parceira distante. Nesses e em outros contos de “O Progresso do Amor (Biblioteca Azul, R$ 43,90), Alice Munro, vencedora do prêmio Nobel de Literatura de 2013, prova mais uma vez ser uma sensível e apaixonada cronista de nosso tempo. A partir dos laços entre os sujeitos e das memórias desses laços, ergue-se uma narrativa incisiva, de poética cortante. O livro resulta numa coleção de retratos íntimos e labirínticos de vidas comuns, que revelam muito sobre nós mesmos, sobre nossas escolhas e nossas experiências amorosas.
“Letras (1961-1974)”, de Bob Dylan
Apesar das obras musicais de Bob Dylan serem reproduzidas em grande quantidade no país, não havia, até então, uma tradução que desse conta do potencial literário do artista. O livro “Letras (1961-1974)” (Companhia das Letras, R$ 79,90) tem como objetivo atender a essa demanda. Primeiro volume de dois, a obra traz, em edição bilíngue, letras lançadas por Dylan em 14 álbuns de sua juventude. No segundo volume constam as canções dos 19 discos produzidos entre 1975 e 2012, ainda não tem data de lançamento confirmado.
“Lacombe Lucien”, de Patrick Modiano (em inglês)
Escrito em parceria com o cineasta Louis Malle, “Lacombe Lucien” (Other Press, R$ 33,69), é o roteiro do filme homônimo, indicado ao Oscar em 1975. A obra se a em junho de 1944, durante a 2ª Guerra Mundial. Lucien é um rapaz de 17 anos que trabalha num asilo de idosos, numa cidade ao sudoeste da França. Após ar por alguns problemas, ele decide retornar à cidade natal, mas é rejeitado pela família. Na volta, o pneu de sua bicicleta fura e, por ser hora do toque de recolher, é preso pelos auxiliares ses da polícia alemã. Com o tempo, Lucien se torna colaborador da Gestapo, adquire um bom padrão de vida e se apaixona pela filha de um alfaiate judeu. Mas, no dia em que vai pedir a moça em casamento, algo acontece. Seus planos são bruscamente alterados e seu destino torna-se incerto novamente.
“Late Essays”, de J. M. Coetzee (em inglês)
Podendo ser traduzido como “Ensaios Tardios” (Penguin UK, R$ 63,79), o novo livro do escritor sul-africano traz 23 ensaios literários elaborados entre 2006 e 2016. Na obra, o autor examina trabalhos de autores que vão de Daniel Defoe e Goethe a Irène Némirovsky e Philip Roth. Sua escrita, clara e precisa, torna o texto ível e oferece a possibilidade de conhecer novos olhares sobre a literatura mundial.