Duelo de streaming: Amazon tem qualidade e Netflix quantidade
O Metrópoles fez um raio-X dos dois serviços e aponta qual atende mais ao seu gosto
atualizado
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Na grande guerra dos streamings, há muitas opções para o consumidor. Entre Hulu, Crackle, HBO GO/Now, YouTube , Apple Play, GloboPlay, Net NOW, Netflix e Amazon fica difícil de escolher. No entanto, a rivalidade mais intensa no momento é entre a Amazon Prime Video, e a Netflix – principalmente no mercado brasileiro.
Ao longo dos últimos tempos, a Netflix tem sido cada vez mais criticada por focar na quantidade de produções originais ao invés de se ater a qualidade das séries. Em contrapartida, a Amazon Prime têm recebido elogios por apostar no famoso “menos é mais”. Prêmios como o Emmy 2019, por exemplo, apontam para uma vantagem da empresa de Jeff Bezos, no entanto, o pioneirismo da concorrente conseguiu consolidar a marca como sinônimo de streaming.
Para tirar a dúvida, o Metrópoles fez um raio-X dos dois produtos. O resultado? A Amazon tem conseguido mais espaço e elogios da crítica, enquanto a Netflix ainda domina este mercado, investindo pesado em ações de marketing e grandes eventos, como a CCXP.
Confira as principais diferenças entre as plataformas abaixo:
Preço
Uma das principais e mais drásticas diferenças é o preço de inscrição. A Netflix tem três planos:
- Plano básico: Por R$ 21,90 (ou R$ 262,80 anualmente), o cliente tem direito a assistir em uma tela, sem resolução HD;
- Plano padrão: Por R$ 32,90 (R$ 394,80 anualmente), o cliente tem direito a duas telas simultâneas e resolução HD;
- Plano : Por R$ 45,90 (R$ 550,80 anualmente), o cliente tem direito a quatro telas simultâneas, com HD e Ultra HD disponíveis.
Para todos os planos da Netflix, o cliente pode usar o serviço em notebook, TV, smartphone ou tablet. O usuário pode ver quantos filmes e séries quiser, e pode cancelar a inscrição a qualquer momento. Além disso, têm direito ao primeiro mês grátis.
Enquanto isso, a Amazon Prime lançou no último dia 10, no Brasil, o Amazon Prime, que dá a seus s direito a frete grátis em produtos com selo Prime e o aos serviços de streaming, como Prime Video, Prime Music e Prime Reading. Novos membros poderão experimentar o serviço de graça por 30 dias e, após esse período, fazer uma mensal de R$ 9,90, ou optar pelo plano anual – no valor de R$ 89.
Destaques da Amazon Prime Video:
Catálogo
De acordo com a uNoGS (Netflix Global Search), há 4.279 títulos na Netflix, sendo 2.912 filmes e 1.367 séries – no entanto, a plataforma não confirma oficialmente os dados. A Amazon também não divulgou os números totais.
A Amazon, no entanto, tem conseguido filme lançados no cinema mais rapidamente e também possui bom catálogo de longas brasileiros. A Netflix, por sua vez, investe em produções originais, duas muito aguardadas são Dois Papas, do Fernando Meirelles, e O Irlandês, de Martin Scorsese.
Originais
Assim como a Netflix, a Amazon Studios também produz filmes e séries originais. Ambas plataformas têm angariado prêmios, como Roma e Manchester By The Sea, que ganharam Oscar. Além delas, há também diversos seriados que recebem cada vez mais atenção positiva da crítica, como Fleabag, Os Olhos Que Condenam, Stranger Things e Homecoming.
Destaques da Netflix:
O mercado
De acordo com Alexandre Kieling, professor e pesquisador na área de comunicação da Universidade Católica de Brasília (UCB), a disparidade de preços é uma tática agressiva da Amazon para atrair mais clientes ao serviço. “Historicamente, a empresa é bastante agressiva”, explica Kieling. “Ela entra com a capacidade de manter um preço baixo durante um tempo e ganhar mercado. Mas se você for comparar o acervo da Netflix e a capacidade de produção que ela tem hoje, ela ganha da Amazon”, conclui.
Kieling ainda lembra que a Amazon entrou no mercado mais recentemente, alegando que ainda há uma curva de aprendizado para chegar ao patamar da Netflix.
Quanto às críticas feitas sobre a política de produções em sequência, com decréscimo da qualidade, operada pela Netflix, o professor afirma que o streaming está apenas trabalhando com a natureza de consumo. “Você tem claramente um público de entendimento mais massivo [que se interessa pela produção] que faz você sair da sua rotina sem nenhum comprometimento que exija reflexão. Portanto, é preciso entregar esses conteúdos mais simples, rápidos e constantes”, opina.
Ao mesmo tempo, no entanto, o professor afirma que as exigências de um outro tipo de consumidor, mais atento à qualidade: “Há também um público com um olhar mais sofisticado para a produção audiovisual, e eles procuraram coisas mais sofisticadas e complexas– em narrativas mais estruturadas, nada desse modelo ‘fast food“.
Para o especialista, o mercado caminha rumo a uma multiplicidade de serviços. Kieling explica que, de acordo com a tendência do mercado, cada vez mais pessoas irão optar pelo streaming em detrimento dos canais por – embora estes também já estejam entrando nesse mercado, como o Telecine Play, HBO Go e o Net NOW.
“O serviço de tende a ser substituído pelos serviços de streaming. Se você somar todos esses novos modelos, você vai acabar pagando menos do que gasta na TV por . Essa conta já vem sendo feita em diversos lugares e os clientes estão migrando para múltiplos serviços de streaming”, aponta.