Conheça o fotógrafo que aproxima o universo dos monumentos de Brasília
Leo Caldas encontrou nas fotos a possibilidade de mostrar o quão o espaço pode ficar mais perto de nós
atualizado
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O céu de Brasília é um dos principais cartões postais da cidade. Na imensidão do Planalto Central, o horizonte fica a perder de vista e parece deixar mais dimensão para os astros iluminarem os monumentos da capital. Foi nessa fusão entre concreto e pó de estrela que Leo Caldas encontrou a chance de conectar suas duas paixões: astronomia e fotografia.
O professor de educação física por formação é apaixonado pelo universo desde criança e encontrou nas fotos a possibilidade de mostrar o quão o espaço pode ficar mais perto do chão — e de nós. “O que fez eu me interessar por tirar fotos do céu foi a vontade de mostrar algo que as pessoas normalmente não conseguem ver. Tirar foto de um monumento de Brasília com a lua enorme por trás é bem diferente de olhar aquele fenômeno apenas com os olhos.”
Aos 42 anos, ele conta que decidiu explorar os cliques quando percebeu que a tecnologia tinha, finalmente, viajado anos-luz suficientes para que suas visões pudessem se tornar imagens. Isso porque, além de câmeras profissionais, Leo explica que sites como Google Earth são indispensáveis para que ele saiba exatamente onde e quando os fenômenos vão acontecer.
“Há fotos que espero meses pelo momento certo. Há muita matemática. A lua nasce em pontos diversos, dependendo da fase. Uso sites na internet para medir distâncias e angulações para saber onde devo estar naquele momento e onde cada astro vai nascer. Sem isso, seria praticamente impossível. Para pegar a lua nascendo exatamente no meio da Torre Digital a 7 km com uma câmera no tripé, é necessário estar no lugar preciso”, garante ele, que publica suas imagens na página Fotografia e Astronomia.
Essa ânsia por conseguir tornar o firmamento em arte tem se refletido até mesmo nas viagens de Leo. “Meu maior prazer é ver que planejei, executei e tudo saiu como quis. Há dois anos, fui a Paris para tirar uma foto da lua nascendo ao lado da Torre Eiffel. Porque só os astros sozinhos não faz tanto sentido.” Por isso que ele é tão apaixonado pelo Distrito Federal, onde nasceu.
“O Planalto Central, realmente, faz diferença para quem tira fotos do céu. E os monumentos de Brasília ajudam demais porque são muito futuristas, combinando com a astrofotografia”, afirma. Sem formação em astronomia ou mesmo fotografia, ele mostra o quanto seu talento é fruto de um olhar apurado, paciência matemática e, claro, a sorte de ter nascido no centro do Brasil. “Quis fazer isso porque mistura um pouco de desafio e mais conhecimento na hora de buscar como fazer para tirar fotos únicas”, completa.