Salas VIP de cinema: vale pagar mais para ver um filme?
O Metrópoles visitou as duas únicas salas VIP de cinema em Brasília, no ParkShopping e no Itaú, e conta se a experiência compensa o preço
atualizado
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Quem costuma frequentar os cinemas regularmente notou que o programa ficou caro de uns tempos para cá. Uma ida solitária pode chegar a fáceis R$ 50, colocando na conta ingresso, balde de pipoca e refrigerante. Em família, torna-se um programa de R$ 200. Fora as filas homéricas de fim de ano. Mas há sempre a opção de pagar mais e evitar estresse. Bem mais, na verdade. Basta optar pela sala VIP de cinema. Brasília tem apenas três delas.
Na comparação com outros estados, a capital sai perdendo em todos os quesitos — quantidade e qualidade. O circuito de São Paulo, por exemplo, além de ser mais amplo, possui diversas opções de salas exclusivas e atraentes combinações de filme e gastronomia. É assim no Cinépolis do shopping JK Iguatemi e no Cinemark Prime do shopping Cidade Jardim.
Mas vale mesmo pagar caro apenas para ver um filme? O custo-benefício não compensa. Afinal, o preço é cerca de 40% mais caro e os benefícios não acompanham esse aumento. No entanto, se o consumidor tem uma grana sobrando e curte um luxo a mais, vale ar pela experiência.
Ficou na dúvida? O Metrópoles visitou as salas VIP e conta como foi a experiência:
Platinum – Kinoplex (ParkShopping)
Como funciona: O espaço Platinum tem sua própria bilheteria (dois guichês) e bombonière. Na prática, pode-se comprar o ingresso nos totens eletrônicos e zanzar pelo ParkShopping até o horário da sessão. Quem prefere ficar por perto pode ar um lobby exclusivo, com sofazinhos e mesas. As duas salas revelam tamanho semelhantes (52 e 62 lugares) e sempre am filmes distintos.
Ingressos: R$ 50 (segunda a quarta) e R$ 60 (quinta a domingo e feriado)
Atendimento: A bombonière exclusiva revela atendimento um pouco truncado. Os produtos disponíveis não são listados de maneira visível. Cardápios individuais fazem falta. Refrigerantes e pipocas possuem o mesmo preço da lanchonete lá fora. A novidade está na embalagem, na possibilidade de transportar a refeição em bandeja e nos azeites (R$ 6 cada) para regar o balde. Os atendentes não anotam pedidos dentro da sala. É preciso solicitar antes, pagar e pedir para entregar depois, já durante o filme.
Conforto: As salas Platinum parecem menos escuras do que as convencionais. O visual mais cristalino e iluminado possibilita andar pelo tapete sem risco de tombo ou tropeção. No quesito limpeza, nota-se extrema diferença para os espaços comuns – nada de chão grudento, portanto. Aciona-se um botão para reclinar as poltronas e há espaço considerável entre os assentos, evitando aquela cotoveladinha sem querer, além de mesinha e e para copo. Mas, quando esticados, os pés limitam o trânsito pela fileira de cadeiras. É bom levar casaco para não sofrer com o ar-condicionado.
Sala VIP – Espaço Itaú (CasaPark shopping)
Como funciona: A sala VIP do Itaú fica, curiosamente, fora do cinema. Situada antes da entrada, comporta-se como um espaço à parte. O exterior é arejado e acolhe um café da rede Scada, com o livre para quem transita pelo shopping. A compra de ingresso não possui guichê exclusivo, então é necessário pegar a fila comum ou ar os totens eletrônicos.
Ingressos: R$ 46 (segunda a quarta) e R$ 60 (quinta a domingo e feriado)
Atendimento: Já que existe uma só bilheteria para todas as salas, a diferença está no café, ornado com um mural do artista Daniel Toys logo na entrada. Pode-se pedir um lanche e levá-lo para comer na sala. Mas não há serviço no interior do espaço. Outra desvantagem é ter que se equilibrar com copos, embalagem para viagem e ingresso nas mãos. Uma bandejinha cairia bem. A abordagem do café é no formato clássico, balcão ou mesa. Vale chegar cedo para não perder a sessão, dependendo da quantidade de pessoas no ambiente.
Conforto: A sala aparenta ser só mais uma, escura e com luzes pontuais, mas seu interior revela notáveis diferenças para os espaços comuns. Poltronas mais espaçosas, com encosto reclinável e e para os pés permitem uma boa espreguiçada durante os trailers. Tem mesinha e lugar para depositar copo. O Itaú sai ganhando no quesito programação, já que acomoda filmes de arte, alternativos e títulos nacionais independentes.
Comida: O espaço aberto permite ficar no café, pertinho da sala, ou ir à bombonière comprar a tradicional pipoquinha (R$ 10, R$ 13 ou R$ 22, no refil). No cardápio do Scada, as bebidas incluem sodas (R$ 9), vários tipos de café e chá gelado (R$ 7,50 a R$ 8). Alcoólicas podem ser avistadas da mesa, mas não figuram no cardápio. Na visita, o repórter pediu o menu separado, mas ele não veio a tempo da sessão. Cerveja lata (R$ 7) pode ser comprada na lanchonete comum. Sanduíches (R$ 11 a R$ 34) e saladas (R$ 33 a R$ 38) representam lanches mais elaborados para quem pretende fugir de salgados e tortas.