Carnaval no Rio: veja como foi o 1º dia de desfiles do Grupo Especial

As escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro iniciaram as apresentações na Sapucaí neste domingo (2/3), entrando pela madrugada de segunda-feira (3/3).

Os desfiles começaram às 22h30, com a Unidos de Padre Miguel, contemplaram Imperatriz Leopoldinense e Viradouro e terminaram com a tradicional Mangueira.

Veja a programação completa dos desfiles do Carnaval carioca na Sapucaí clicando aqui!

Neste ano, o Grupo Especial do Carnaval carioca desfilará com um novo tempo de apresentação. A partir de 2025, as escolas terão entre 70 e 80 minutos para cruzar a avenida — um aumento em relação ao antigo limite, que variava de 60 a 70 minutos.

Veja como foram os desfiles das escolas de samba no primeiro dia!

Unidos de Padre Miguel

Com muita emoção pelo retorno para o Grupo Especial, a Unidos de Padre Miguel abriu os desfiles de 2025. Homenageando o reino africano Oyó, os 200 anos da Casa Branca do Engenho Velho, o 1º terreiro de Candomblé do Brasil, e a história de Iyá Nassô, a escola de samba teve como grande força o samba-enredo.

Os carros alegóricos também foram pontos fortes do desfile comandado pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato. A escola encerrou dentro do tempo e com uma representação de Oxalá em carro alegórico, transmitindo uma mensagem de esperança por dias melhores.

O desfile da Unidos de Padre Miguel, entretanto, teve problemas no início por um problema no som da Sapucaí e também contou com fantasias incompletas em uma das alas, que podem custar pontos na hora da avaliação dos jurados.

Imperatriz Leopoldinense

Imperatriz Leopoldinense contou a saga de Oxalá para visitar o reino de Xangô no enredo deste ano. Com um samba-enredo chiclete, cantado bem alto pelo público presente, a escola de samba também teve um grande destaque na Comissão de Frente.

A harmonia dos membros da Imperatriz impressionou. O desfile foi plástico, com fantasias e maquiagens bem produzidas, e foi completado dentro do tempo limite.

O desfile correto na primeira noite de apresentações coloca a escola de samba como uma das postulantes ao título, mas a falta de emoção e os pequenos problemas na Ala das Baianas podem ser pontos prejudiciais.

Viradouro

Atual campeã do Carnaval do Rio de Janeiro, a Viradouro exaltou a história de Malunguinho, grande herói do século 19, líder do Quilombo do Catucá, no Norte de Pernambuco, com um enredo afro-indígena ou negríndio.

Com bastantes cores, explorando principalmente a questão das matas e da natureza, a escola de Niterói encantou ao utilizar arte cinética para dar sensação de movimento a um carro alegórico com um boneco de 15 metros. Visualmente, foi um belo desfile, com utilização de hologramas e labaredas de fogo na comissão de frente.

A escola de samba, porém, pecou no acabamento de algumas alegorias e precisou acelerar o o fechar o desfile dentro do tempo previsto, fatores que podem pesar na avaliação dos jurados. Além disso, a musa da Viradouro, Lore Improta, acabou escorregando em frente a uma das cabines de jurados.

Mangueira

Uma das mais populares escolas de samba do Rio de Janeiro, a Mangueira foi para a avenida com um enredo educativo sobre a presença dos povos bantus na cidade do Rio de Janeiro.

O agrupamento linguístico bantus, do continente africano, faz parte do vocabulário brasileiro até os dias atuais. Palavras como samba, dengo, moleque e candomblé tem origem nas línguas bantus. Simples e fácil, o enredo é interessante e trouxe conhecimentos que estavam sendo esquecidos.

O grande destaque do desfile foi a bateria da escola de samba. Com paradinhas ousadas, mistura de ritmos musicais e até mesmo a reprodução do som de tiros de fuzis, os instrumentistas deram show na avenida.

Bem colorida, a escola de samba também apresentou uma comissão de frente bem produzida. No fim do desfile, a Mangueira precisou dar uma corrida para finalizar o desfile dentro do tempo previsto e não extrapolou o limite por um minuto.