Técnicos de enfermagem de UPAs do DF entrarão em greve na terça (10/6)
Técnicos e auxiliares marcaram uma manifestação para às 9h da manhã de terça-feira (10/6) em frente à Secretaria de Saúde
atualizado
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Os técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) aprovaram o início de uma greve para esta terça-feira (10/6). A categoria pede uma recomposição salarial de 16% pois, segundo eles, estão há dois anos sem reajuste.
Para marcar o início da paralisação, o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF) marcou uma assembleia para às 9h da manhã de terça, em frente ao prédio da Secretaria de Saúde.
O pedido atual é de 16%, tomando como referência o percentual de 70% do salário do enfermeiro. Segundo o sindicato, o Iges ofereceu 4,83%, o que “não cobre sequer a inflação do período”.
“Além disso, as UPAs seguem superlotadas e funcionando como verdadeiros mini-hospitais. O número de técnicos é insuficiente para a demanda e a sobrecarga virou regra. O Sindate cobra não só o reajuste, mas também a contratação imediata de mais profissionais para garantir um atendimento digno à população”, completa o texto divulgado pela entidade.
O Iges é responsável pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do DF e pelo Hospital de Base, Hospital de Santa Maria e Hospital Cidade do Sol.
Procurado, o instituto disse que reconhece a importância dos profissionais para o cuidado diário com os pacientes e para o bom funcionamento dos serviços.
“Atualmente, está em vigor um Acordo Coletivo de Trabalho com validade até setembro de 2025, firmado em conjunto com o sindicato da categoria. Uma das cláusulas acordadas prevê uma mesa de negociação permanente — compromisso que o IgesDF tem mantido de forma rigorosa”, diz, em nota.
Segundo o instituto, foi realizada, em 23 de maio, uma reunião entre representantes do Iges e do sindicato. Durante o encontro, o Iges apresentou proposta de termo aditivo ao Acordo Coletivo, com novas medidas voltadas à valorização profissional, respeitando as limitações institucionais e orçamentárias.
Entre elas:
- Concessão de auxílio-transporte no valor de R$ 300 para colaboradores que residem fora da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride) e que não contam com cobertura de transporte público;
- Implantação do auxílio-saúde a partir de julho de 2025;
- Aplicação de reajuste salarial para todas as categorias a partir de setembro de 2025.
“Ainda que o atual cenário orçamentário não permita reajustes imediatos, o Instituto vem implementando medidas de valorização dentro das possibilidades legais e financeiras. Por se tratar de um serviço essencial, o IgesDF reforça que, mesmo em situações de paralisação, deve ser mantido o número mínimo de profissionais necessário para garantir a continuidade do atendimento e evitar qualquer risco de desassistência. Ressaltamos, por fim, que ausências não justificadas serão tratadas conforme prevê a legislação vigente”, completa a nota.
Outra greve em andamento
Os professores da rede pública do DF estão paralisados desde 2 de junho. O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) cobra reajuste salarial, a reformulação da carreira e nomeações de profissionais efetivos aprovados em concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF).
Na última semana, o governo distrital propôs a convocação de 3 mil professores em dezembro de 2025, com posse em janeiro de 2025; a prorrogação do prazo do concurso público em vigência, que vence em 27 de julho; o lançamento de novo certame; e a construção do calendário do novo plano de carreira da categoria, com acompanhamento pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O sindicato considerou a proposta insuficiente.