SSP-DF intensifica monitoramento de grupos extremistas na Esplanada
Para evitar conflitos na região central de Brasília e no DF, núcleo de inteligência acompanha os reais e virtuais de manifestantes
atualizado
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A pandemia do novo coronavírus colocou a Esplanada dos Ministérios em ebulição. Para evitar conflitos e atos de violência, o núcleo de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) começou a monitorar grupos políticos simpatizantes e opositores ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Especialmente no caso dos extremistas, de ambos os lados.
Com o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19, apenas apoiadores do presidente Bolsonaro vinham fazendo manifestações presenciais. Mas, neste semana, militantes da oposição começaram a protestar (veja imagens abaixo).
“Estamos completamente atentos, monitorando isso diuturnamente. Semanalmente temos a previsão das manifestações”, assinalou o secretário de Segurança do DF, Anderson Torres.
Cada ato é acompanhado e as forças de segurança registram com filmagens os manifestantes. “Aqui em Brasília não tem espaço para a baderna, principalmente na Esplanada dos Ministérios”, pontuou Torres. Segundo o secretário, manifestantes não podem acampar na região, por exemplo. Neste sentindo, a pasta pretende evitar a todo custo conflitos entre grupos políticos antagônicos.
“A manifestação pacífica é um direito de todos nós. Agora, se extrapolar (para a violência), realmente vamos agir”, reforçou. De acordo com Anderson Torres, ainda não sinalização de possíveis confrontos. Mas cada o está sendo acompanhado com lupa.
Veja vídeos captados pela SSP-DF na Esplanada:
“Agora o tratamento é o mesmo para os dois lados. O que pode para um, pode para o outro. O que não pode, também não pode para os dois lados. A Polícia Militar está atenta. E a Polícia Civil tem trabalhado muito também. Qualquer coisa que fugir disso, nós vamos atuar com firmeza e rigor”, ressaltou o secretário do DF.
Lupa digital
Torres destacou que o núcleo de inteligência da SSP-DF segue em trabalho permanente há muito anos. “É uma cidade de manifestações. É uma cidade política”, justificou. Neste contexto, explicou Anderson Torres, são monitorados deslocamentos de pessoas por todo o território.
Os movimentos digitais nas redes sociais também são fiscalizados, a exemplo do caso recente de um grupo que disparou ameaças contra juízes no DF.
Policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), em conjunto com promotores do Núcleo Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Ncyber) do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), prenderam os responsáveis pelas ameaças, nesta quinta-feira (21/05).
Confira:
“Quero parabenizar os policias pela velocidade da investigação e pela velocidade com que chegaram aos autores”, destacou Torres. “A gente monitora de todos os lados. Pelas redes sociais, fisicamente. É um monitoramento geral para que crimes, violência, baderna e a desordem não ocorram na nossa cidade”, concluiu.
Histórico
Ao longo da crise do novo coronavírus ainda não há registro de confrontos no DF. Mas dois casos de violência foram registrados. O primeiro deles ocorreu durante ato pacífico de enfermeiros e técnicos de enfermagem em frente ao Palácio do Planalto em 1 de maio. Segundo os profissionais de saúde, simpatizantes de Bolsonaro começaram a disparar ameaças e agressões.
Por outro lado, apoiadores do presidente alegaram ter sido provocados. O segundo episódio ocorreu em 3 de maio, no mesmo local. Jornalistas foram agredidos e hostilizados por simpatizantes de Bolsonaro, enquanto cobriam manifestação a favor do presidente. Durante o ato, parte dos manifestantes defendeu bandeiras anti-democráticas.
Os dois casos ainda estão em investigação.