“Sem elas, o Natal foi uma tristeza”, desabafa tia de Shirlene
Família cobra Justiça para mãe e filha assassinadas após desaparecimento no Sol Nascente. Crime ainda é um mistério
atualizado
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A tristeza eclipsou a celebração de Natal da família de Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, 14. Mortas por esfaqueamento, mãe e filha foram enterradas no Cemitério de Taguatinga neste sábado (25/12).
As vítimas foram encontradas sem vida no Sol Nascente, em 20 de novembro, após 11 dias de desaparecimento. Com a voz embargada, a tia de Shirlene, a auxiliar de escritório Nalva Ferreira da Silva, 50 anos, relatou a dor da família.
“Sem elas o Natal foi uma tristeza”, lamentou Nalva. “Estamos muito abaladas. Não tem clima para nada. Eu estou vendo minha sobrinha na minha frente, sorrindo. Ela gostava de sorrir. Eu fazia ela sorrir”, desabafou.
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Segundo Nalva, a sobrinha era uma pessoa muito alegre e prestativa. “Eu amo a Shirlene. Era educada e gostava de ajudar todo mundo. E Tauane era uma menina calma”, resumiu.
No Cemitério de Taguatinga, amigos e familiares se despediram das duas, inconsoláveis. Com cartazes, pediam “justiça na terra, porque a do céu não falhará”.
Caixões fechados
Não houve velório, devido ao avançado estado de decomposição em que os corpos foram encontrados. Segundo a irmã de Shirlene, Shirlei Vieira da Silva, 39, a família tinha esperança de encontrar as duas vivas.
“Essa pessoa não teve misericórdia nem de uma criança“, chorou Shirlei. A autoria do crime ainda é desconhecida. E a família cobra da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) celeridade na elucidação do crime.
O pintor Antônio Wagner Batista da Silva, 41, se despediu da esposa grávida de 4 meses e da filha adolescente. “Que vão em paz. Que Deus guarde elas”, disse.
Investigação
A Polícia Civil do Distrito Federal continua a investigação, para descobrir quem matou Shirlene e Tauane. As duas foram dadas como desaparecidas em 9 de dezembro. Familiares das vítimas viveram 11 dias de angústia, até que os corpos foram encontrados parcialmente enterrados e cobertos por folhas, no Córrego da Coruja.
O Instituto Médico Legal (IML) analisa vestígios de DNA nas unhas e roupas que possam levar à identificação do autor do crime bárbaro. Por enquanto, a PCDF descarta crime sexual, uma vez que as duas estavam vestidas.
“O laudo sai em 10 dias, por enquanto a única coisa que temos é que a causa morte foi por objeto perfurocortante, facada. A mãe [levou a facada] na região torácica e a filha no pescoço”, revelou Gustavo Augusto da Silva Araújo, delegado-chefe adjunto da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte – Ceilândia).
Os agentes trabalham com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). A principal evidência é que a mochila com os pertences que as duas levavam para o córrego não foi encontrada. As autoridades ainda não determinaram a causa da morte, já que os corpos estão sendo periciados nesta terça-feira (21/12).
Outra evidência importante para os policiais é uma camiseta cinza que foi encontrada perto de onde os corpos estavam e que não pertence a nenhuma das vítimas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF.