Quadrilha que aplicava golpes em clientes de bancos é alvo da PCDF
Suspeitos faziam páginas falsas de atualização de cadastro e enviavam a correntistas. Polícia contabilizou 600 transações fraudulentas
atualizado
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Policiais da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) deflagraram a segunda fase da Operação Aroeira nessa quinta-feira (03/05/2019). A ação tem como objetivo desarticular organização criminosa especializada em furto mediante fraude de valores depositados nas contas bancárias das vítimas.
A primeira fase ocorreu em 5 de abril deste ano e resultou na prisão preventiva de cinco pessoas. A base da quadrilha funcionava em uma madeireira, instalada em Planaltina. O estabelecimento era de um dos presos na primeira fase.
Os criminosos faziam páginas falsas de atualização de cadastro bancário e enviavam SMS aos correntistas com o link para a página fraudada. Com os dados, eles realizavam pagamentos de boletos e tributos. Além de transferências para contas de laranjas. A polícia contabilizou ao menos 600 transações.
“Ótima lábia”
Um agente prisional do sistema penitenciário de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, preso na operação, é acusado de ser o “principal recrutador” no esquema. De acordo com o delegado da DRCC, Giancarlos Zuliani Júnior, Rayan Dantas Roça convencia pessoas para que emprestassem seus cartões de crédito.
O delegado ressalta que o suspeito tinha uma “ótima lábia”. “Um caso curioso envolveu um motorista de aplicativo. Em uma viagem, Rayan o convenceu a participar do esquema, emprestando o cartão.” As investigações tiveram início após os bancos procurarem a PCDF. Os investigadores começaram a rastrear as transações financeiras, que acabavam caindo em uma conta específica: de uma madeireira.
Segundo Giancarlos, o fluxo financeiro era grande, o que gerou a desconfiança dos policiais. “A empresa era usada para concretizar a segunda parte do modus operandi dos criminosos, que precisavam de cartão de crédito e informações bancárias de terceiros para movimentarem as quantias.”
300 mil celulares
O delegado explicou que o grupo agia em duas etapas. Primeiro, enviavam mensagem de texto (SMS) com um link para listas de usuários, solicitando um recadastramento nos respectivos bancos. As vítimas, então, eram direcionadas para páginas falsas, preenchiam os dados cadastrais e, na verdade, forneciam as informações pessoais aos bandidos. Os policiais encontraram, inclusive, uma relação com mais de 300 mil números só de Brasília.
A segunda parte do esquema consistia em transferir quantias bancárias das vítimas para as contas de terceiros. Eles usavam os cartões emprestados para fazer saque, pagamento de boletos e, até mesmo, comprar outros produtos.