Polícia Militar comprará 200 pistolas da marca Glock para o Bope
Modelo austríaco é sonho antigo da corporação, que considera armamento atual perigoso. Novas pistolas custarão R$ 402 mil à PMDF
atualizado
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A Polícia Militar do Distrito Federal anunciou que comprará 200 pistolas modelo G17T, da fabricante austríaca Glock, para equipar o Batalhão de Operações Especiais (Bope). Segundo a corporação, a escolha do modelo segue uma padronização com outras instituições militares. No total, serão investidos US$ 123,75 mil (cerca de R$ 402 mil) na compra do novo armamento.
A aquisição das pistolas automáticas Glock atende a desejo antigo dos policiais do Distrito Federal. Hoje, a maior parte do efetivo usa armas da fabricante brasileira Taurus. Porém, muitos policiais reclamam da falta de segurança do modelo, que causaria acidentes graves.
Os diversos incidentes com a marca nacional levaram a uma investigação do Ministério Público do DF. O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) analisa a responsabilidade da fabricante brasileira pelos acidentes causados aos policiais em serviço ou fora dele.
Em outubro do ano ado, o Exército proibiu a produção e a comercialização das pistolas modelo 24/7.40 S&W, fabricadas pela Forjas Taurus. Na época, a empresa alegou que “tem colaborado com o Exército Brasileiro e que a decisão não tem efeito prático, uma vez que a produção do modelo já havia sido descontinuada no fim de 2015, assim como sua comercialização.”
Sem licitação
Normalmente, a PMDF licita equipamentos, uniformes, armas e munições, entre outros itens necessários à atividade policial. Mas, no caso das armas austríacas, a corporação fará a compra com dispensa de licitação, devido às especifidades técnicas das pistolas Glocks. “São modelos com maior durabilidade, menor custo de manutenção e de maior qualidade”, destacou o capitão Maurício Hebert, um dos responsáveis pela compra.
Enquanto os policiais brasilienses aguardam o processo de aquisição ser concluído, o que ainda não tem data prevista para acontecer, criminosos do DF já podem estar usando pistolas Glocks contra a população. A conclusão é dos investigadores da Operação “Irmandade”, deflagrada pela Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil.
As investigações apontaram que uma quadrilha, especializada no tráfico de armas, munições e drogas, fez pelo menos 10 viagens entre Ponta Porã (MS) – divisa com o Paraguai – e o DF, em um período de um ano e meio. Em média, pelo menos 10 Glocks eram trazidas na bagagem pelos criminosos a cada oportunidade. A suspeita dos policiais é de que cerca de 100 dessas armas estejam em circulação nas ruas do DF, nas mãos de criminosos. O Bope pode ser a primeira unidade policial do Distrito Federal a ter a possibilidade de combater os bandidos com o mesmo poder de fogo.