Cadeirante morre baleado ao reagir a assalto em ônibus do DF
Testemunhas que avam na BR-020 ouviram barulho de dois tiros. Polícia procura um suspeito
atualizado
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Um cadeirante morreu durante assalto a ônibus nesta terça-feira (29/10/2019), na BR-020, região de Sobradinho. De acordo com informações das polícias Civil e Militar, a vítima, que era ageiro do coletivo, reagiu e levou um tiro no peito. Marcílio Pereira da Silva Neto, 57 anos, não resistiu e morreu no local.
O ônibus fazia a linha 640.2 Planaltina/W3 Norte e Sul. Segundo o sargento Wellington Cruz, da PMDF, uma viatura da corporação ava no local, quando o coletivo deu sinal de pisca alerta. “Os ageiros saíram correndo, em pânico. O criminoso já havia fugido”, disse o militar.
O ladrão fugiu carregando celulares, carteiras e documentos. Cerca de 40 ageiros estavam no ônibus no momento do assalto. Testemunhas contaram que o marginal era maior de idade, usava roupa preta, boné amarelo e óculos laranjados.
De acordo com o delegado Hudson Maldonado, da 13ª DP (Sobradinho), a vítima tentou segurar o criminoso, momento em que foi baleada. “Testemunhas disseram que o bandido deu um disparo para o alto no intuito de assustar o cadeirante. A vítima, porém, não soltou e acabou levando um tiro fatal”, destacou o investigador. As equipes da PCDF se mobilizaram e estão à procura do suspeito.
Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que, somente nos primeiros nove meses de 2019, foram registrados 1.209 roubos a transporte coletivo no Distrito Federal. A média é superior a quatro assaltos por dia. Na semana ada, um motorista que trabalhava na região do Sol Nascente, em Ceilândia, levou um tiro no rosto durante um roubo em plena luz do dia.
As câmeras de segurança do ônibus flagraram o momento em que Elson Ferreira, 29, foi baleado no dia 23 de outubro. Os bandidos entram no veículo no coletivo e logo atiram contra a vítima. Na imagem, é possível ver o clarão provocado pelo disparo. Segundos depois, o condutor perde o controle do veículo e bate em um muro de uma chácara, localizada no Sol Nascente, em Ceilândia. Três suspeitos foram presos, incluindo um adolescente de 15 anos e o irmão dele.
Assista ao vídeo do assalto:
Medo em Samambaia
Um dos pontos mais críticos é Samambaia. Reportagem publicada pelo Metrópoles nesta terça-feira mostra que, de janeiro a outubro de 2019, 254 ocorrências de roubo a coletivo foram registradas na área norte da região istrativa, ou seja, 20% a mais em relação ao mesmo período do ano ado. Motoristas e cobradores ouvidos pela reportagem ressaltam que os crimes, antes cometidos à noite, aram a acontecer durante o dia, principalmente por volta das 12h.
Em setembro, o número de registros em Samambaia Norte saltou de seis para 26 assaltos. Conforme dados obtidos pelo Metrópoles, a Quadra 425 é a que tem o maior registro de casos. Até agora, são 72 denúncias. O dia em que os episódios de violência ocorrem com mais frequência é na quinta-feira, das 12h à 0h.
O mês que mais apresentou aumento foi julho, ando de 14 ocorrências para 49, ou seja, 250% a mais. Em agosto, houve uma pequena redução, mesmo assim, 44 assaltos foram computados na ocasião. No entanto, se comparado ao mesmo período de 2018, o aumento é de 131%.
“Os rodoviários estão recusando-se a trabalhar nessa área. Sentem muito medo. Os assaltantes sempre agem armados com facas, com violência. Nós fizemos várias reuniões com a polícia em Samambaia pedindo maior intensificação nas abordagens. Os assaltos, agora, acontecem durante o dia, por volta das 11h às 12h, que é a hora de parada do pessoal do primeiro turno”, detalhou o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, José Wilson.
Questionada sobre a segurança em Samambaia Norte, a Polícia Militar explicou, por meio de nota, que uma das dificuldades enfrentadas pela corporação é de que muitos criminosos são reincidentes. “Mesmo assim, não permanecem presos. Além disso, na região, o o a uma mata facilita a fuga dos criminosos”, diz o texto.
Em entrevista ao Metrópoles, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, afirmou que as solturas contribuem para o aumento da sensação de insegurança entre os brasilienses. “A questão de segurança tem solução: prisão e manutenção da prisão. Estamos com um problema muito grave no Brasil, que se prende e solta”, criticou.