Com faca nas costas, homem espera há 36 horas por cirurgia no HRT
Saúde diz que paciente está sendo atendido em Taguatinga, mas deve ser encaminhado a hospital do Paranoá. HRT está superlotado
atualizado
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Um homem com faca encravada nas costas espera há 36 horas por atendimento no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Segundo pacientes e servidores ouvidos pelo Metrópoles nesta segunda-feira (17/02/2020), faltam médicos na unidade de saúde. Além disso, quatro das cinco ambulâncias da unidade estariam paradas com pneus baixos e motores quebrados.
Conforme relatos de funcionários, a homem vítima de facada não foi atendido até o momento pelo fato de o HRT não ter neurocirurgião. O segundo maior hospital da rede pública não possui essa especialidade. Nestes casos, os pacientes precisam ser levados ao Base (HBDF) e o Hospital Regional do Paranoá.
Contudo, segundo servidores, o paciente não foi transferido porque não há ambulância disponível. A unidade conta com cinco veículos. Deste total, quatro estão em manutenção, sem condições para rodar nas ruas. A única que circula é para atender pacientes com hemodiálise.
Outro lado
A direção do HRT informou que o paciente vítima de facada foi atendido pela equipe de trauma do hospital, fez tomografia, e todos os exames necessários. “B.R.B. está regulado e a equipe está em planejamento cirúrgico com a equipe do Hospital da Região Leste (Paranoá), onde o paciente será encaminhado, por ser referência em coluna”, afirmou a pasta, em nota.
De acordo com a unidade, o paciente se encontra “estável e sem déficit motor”. Com relação ao transporte, a direção afirmou que duas, das cinco ambulâncias pertencentes ao hospital, estão em manutenção corretiva. “No entanto, foram feitas as substituições, de forma a não deixar os usuários sem a assistência necessária”, completou.
Segundo a Secretaria de Saúde, o HRT está com bandeira vermelha em ortopedia, cirurgia-geral e clínica médica. Nesta segunda-feira, o pronto-socorro adulto tem 112 pacientes internados, mas a capacidade é de 68. No plantão desta manhã, há dois ortopedistas, dois cirurgiões e um clínico médico, ainda de acordo com a pasta.
Bandeira vermelha
“Os hospitais podem decretar a bandeira vermelha para atendimento nos prontos-socorros, devido à alta demanda de atendimento e internação. Isso ocorre, geralmente, por haver insuficiência de estrutura física (número total de leitos ocupados), o que impede o acolhimento de novos pacientes”, explicou a Saúde por nota.
De acordo com a pasta, a restrição é temporária, até que haja vaga de leitos por transferência ou alta de pacientes já internados. Usuários em estado menos grave são orientados a buscar atendimento na unidade básica de saúde de referência ou na UPA da cidade.