Professor de geografia é afastado após dizer que “negros devem morrer”

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um caso de incitação ao crime e discriminação racial que teria ocorrido dentro de sala de aula no Centro Educacional (CED) 4 do Guará.

A denúncia foi registrada na última segunda-feira (24/3) pela família de uma aluna negra, de 14 anos, contra um professor de geografia do 6º ano do ensino fundamental. O servidor público foi afastado após o episódio.

“Minha sobrinha relatou que o professor afirmou que deveria haver uma mudança de governo para eliminar metade da população negra deste país, alegando que negros devem morrer. Ela chegou a chorar durante a aula após ouvir esse comentário”, conta a tia da menina.

Revoltada com a situação, a tia da estudante procurou a coordenação da escola, que afirmou que iria apurar a denúncia. Dias depois, a mulher também compareceu a uma reunião com o diretor do Centro Educacional.

“Ele me retornou posteriormente confirmando que o episódio havia, de fato, acontecido. Outros colegas de turma da minha sobrinha relataram a mesma fala do professor. Isso é muito grave, é um crime”, comenta.

De acordo com a tia, ela questionou a direção da escola sobre as providências que seriam tomadas em relação ao professor e se haveria algum trabalho de antirracismo na comunidade escolar.

“Minha sobrinha está muito triste com o episódio. A escola não tomou providências imediatas. Ela disse para mim: ‘Tia, eu já convivo com isso diariamente, mas dentro da escola é ainda mais doído’. A fala desse professor foi lamentável”, afirma,

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação do DF informou que determinou o afastamento preventivo do professor envolvido pelo prazo de 60 dias. A decisão foi publicada no Diário Oficial do DF desta quarta-feira (26/3).

“A Corregedoria já instaurou procedimento para apuração dos fatos, seguindo os trâmites legais. A pasta acompanha de perto as investigações e reafirma seu compromisso com um ambiente escolar seguro e respeitoso. Por fim, repudia veementemente qualquer manifestação de racismo e não tolera discriminação em sua rede de ensino”, declarou a secretaria.