“Policiamento fixo engessa o trabalho”, diz futura comandante da PMDF
A coronel Sheyla Soares Sampaio, escolhida por Ibaneis Rocha, afirmou que não há efetivo para manter os postos comunitários de segurança
atualizado
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Primeira mulher a comandar a Polícia Militar do Distrito Federal, a coronel Sheyla Soares Sampaio não pretende investir em policiamento fixo. Em entrevista ao Metrópoles, concedida na tarde desta quinta-feira (8/11), a oficial afirmou que não há efetivo suficiente para continuar com os postos comunitários de segurança, implantados na gestão do ex-governador José Roberto Arruda. “Policiamento fixo engessa o trabalho. Vamos manter as viaturas e os policiais perto da população”, ressaltou.
De acordo com Sheyla, os postos podem ficar em regiões específicas, onde os carros não am, como o Setor Comercial Sul. “O que tem de se respeitar é a particularidade de cada local. Com escassez de efetivo, a viatura consegue cobrir uma área maior do que uma dupla de policiais. Vamos aperfeiçoar o contato do policial com a sociedade. O fato de estar embarcado não impede que ele desça, converse e saiba os problemas”, ponderou.
Sheyla Soares lembrou que a defasagem nos quadros da corporação chega a cinco mil servidores. Serão nomeados dois mil novos policiais em 2019 – de certame público já realizado. “Temos de manter concursos constantes, valorizar o servidor. É preciso manter o equilíbrio, ter planejamento”, pontuou.
Assista à entrevista:
A coronel escolhida por Ibaneis para comandar a corporação a partir do início de 2019 também afirmou que melhorar o plano de saúde dos policiais é prioridade. “Precisamos cuidar dos servidores para que eles possam fazer um trabalho melhor”, frisou.
Manifestações
A futura comandante-geral integra os quadros da PMDF há 27 anos e tem MBA em planejamento, orçamento e gestão pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi a primeira colocada no curso de formação de oficiais da corporação, feito em 1994. Ocupou diversas posições de destaque na tropa. Conhecida por ser “pulso firme”, a Zero 1 – como é conhecida – disse que nunca sofreu discriminação da tropa por ser mulher.
Sheyla se sente respeitada pelos companheiros e deixou claro que fará cobranças por rendimento e retorno para a população. Questionada acerca de possíveis manifestações na Esplanada dos Ministérios, devido ao cenário político nacional polarizado, a coronel garantiu que a PM está preparada. “Temos um excelente quadro e vamos trabalhar ainda mais na capacitação”, completou.
Trabalhos
De 2013 a 2016, chefiou o 1º Batalhão da PMDF. Depois, foi subeditora de recrutamento e seleção e diretora da Diretoria de Promoções, Avaliação e Desempenho. Atualmente, Sheyla chefia o Comando do Policiamento Regional Sul II.
Experiente, dirigiu importantes operações no Distrito Federal, como os carnavais de 2014, 2015 e 2016; o Réveillon de 2013 para 2014; a Copa do Mundo de 2014; as Olimpíadas de 2016; e o primeiro turno das eleições deste ano.
Disputa
Sheyla disputava a preferência de Ibaneis com outros dois coronéis. Um deles é Maurício Gouveia, atual chefe da Assessoria Parlamentar da PMDF, que era apontado como o mais cotado por ter trânsito político e ser bem relacionado com uma ala do alto oficialato da corporação.
Outro nome ventilado foi o do coronel Renato Costa, comandante do Batalhão de Aviação Operacional (BAvOp). O oficial também foi responsável por pilotar o helicóptero vinculado à Casa Militar do GDF e usado pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Costa também teve agem pelo Departamento de Logística e Finanças (DLF).