Servidor foi morto por se recusar a fazer permuta para vender carro
Servidor do Ministério da Saúde (foto) foi morto a marretadas por se recusar a vender carro e receber serviços de pedreiro como pagamento
atualizado
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O servidor do Ministério da Saúde Joselito Costa Malta (foto em destaque), 59 anos, foi morto com golpes de marreta na cabeça, em 11 de março último, por se recusar a vender um Volkswagen Golf amarelo ao pedreiro Elson Teodoro dos Santos (fotos abaixo), 41 – também conhecido como “Chacal” –, preso pelo crime.
A 16ª Delegacia de Polícia tomou conhecimento do fato no dia 13 de março, quando foi informado o desaparecimento de uma pessoa que era funcionário do Ministério da Saúde. A ocorrência foi registrada pela sobrinha da vítima, a pedido da filha dela, que mora em outro estado.
O que chamou a atenção foi que a vítima mantinha contato diário com a filha e, a partir do dia 11, ela não conseguiu mais falar com o pai embora o celular dele continuasse aparecendo como “online”.
O desaparecimento também foi confirmado por colegas de trabalho no Ministério da Saúde, que estranharam a ausência. Como ele trabalhava em home office, foi possível verificar que, a partir dessa data, ele não ou mais o sistema com seu .
Elson conhecia Joselito há cerca de 12 anos e teria aliciado o próprio filho, um adolescente de 17 anos, para ajudá-lo a no assassinato, cometido no Vale do Amanhecer, em Planaltina (DF).
Investigadores da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) descobriram que o veículo tinha sido oferecido anos atrás pela vítima ao suspeito, mas o pedreiro não tinha dinheiro suficiente para comprar o carro.
Aficionado pelo veículo, Elson ofereceu diversas vezes como pagamento a execução de serviços gerais na casa de Joselito. Contudo, o servidor não aceitava a proposta.
No entanto, o pedreiro não teria superado a recusa, segundo o delegado-adjunto Veluziano de Castro, da 16ª DP. Após uma separação, em dezembro último, Elson teria começado a usar drogas constantemente, ado a enfrentar dificuldades financeiras e se distanciado de Joselito.
“O próprio autor [do crime] disse que a vida dele começou a desandar desde a separação. De lá para cá, ele ou a fazer uso de drogas e, para sustentar o vício, acabou cometendo furtos na região de Planaltina”, afirmou o delegado-adjunto.
Em março, Joselito procurou a ex-companheira de Elson para perguntar se ela ainda teria contato com o pedreiro, pois pretendia contratar serviços de reparos, mas foi alertado sobre o envolvimento do suspeito com drogas.
Latrocínio
Posteriormente, Elson soube do interesse da contratação e decidiu colocar em prática um plano criminoso. Ele convidou o filho para ir à casa da vítima com ele para efetuar o serviço, pois sabia que Joselito morava sozinho e tinha bens que poderiam ser subtraídos.
Quando os dois chegaram ao endereço, descobriram que o Golf amarelo havia sido vendido, mas encontraram outros dois carros: um Ford Ka e uma Chevrolet Blazer. O pedreiro, então, resolveu ass Joselito e fugir com o corpo e alguns bens da vítima.
O ataque começou na cozinha do imóvel e terminou no banheiro. “A escolha do banheiro pode ter sido estratégica, para facilitar a limpeza do sangue. O autor [Elson] desferiu um golpe de marreta na cabeça da vítima de forma bárbara e cruel”, descreveu Veluziano de Castro.
Após o assassinato, Elson enrolou o corpo de Joselito em um cobertor, cobriu a cabeça da vítima com um saco plástico e o colocou no Ka, pois a Blazer estava com problemas mecânicos e não podia ser usada. Em seguida, deixou o corpo em um matagal às margens da DF-130, na altura de Planaltina.
Investigação
No dia 17 de março, o carro foi localizado completamente carbonizado na região da Nova Metropolitana, próximo ao Alfama, em Sobradinho. Com a localização do veículo, tiveram a confirmação de que o autor, conhecido como “Chacal”, havia utilizado o carro em diferentes momentos e locais, conforme relataram várias testemunhas.
Testemunhas relataram ter visto Elson, conhecido como “Chacal”, e o filho utilizando o veículo em diferentes locais. O carro foi encontrado nas proximidades da residência onde Elson estava morando, na região da Nova Metropolitana, o que reforçou ainda mais as suspeitas contra ele. A perícia realizada no automóvel confirmou os indícios, comprovando que o veículo estava, de fato, sob posse do autor do crime.
Com base nas evidências, a Polícia Civil representou pela prisão de Elson entre os dias 17 e 18 de março. O pedido foi acatado pelo Judiciário, e no dia 3 de abril os investigadores cumpriram o mandado. Elson foi localizado na companhia do filho e, ao ser levado à delegacia, confessou o crime. Ele indicou o local onde havia deixado o corpo de Joselito Costa Malta.
As investigações seguem em andamento para esclarecer todos os detalhes do caso e apurar completamente a participação dos envolvidos.