Paralisação: enfermeiros protestam com professores em frente ao Buriti
Concentração de servidores da saúde e da educação do Distrito Federal começou às 9h, na Praça do Buriti. Enfermeiros reivindicam valorização
atualizado
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Como parte das atividades referentes à paralisação de 12 horas da categoria – das 7h às 19h desta quarta-feira (11/6) –, enfermeiros do Distrito Federal protestam em frente ao Palácio do Buriti, para cobrar direitos dos servidores da carreira. O ato conta com a participação de professores da rede pública de ensino, que estão em greve desde 2 de junho.
A concentração do ato conjunto começou às 9h, na Praça do Buriti, onde os manifestantes estão com faixas e cartazes expostos, para protestar contra as condições de atuação das duas categorias. No caso dos enfermeiros, as exigências incluem nomeações imediatas de aprovados em concurso, isonomia salarial com outros servidores da saúde, segurança no local de trabalho e valorização dos profissionais.
Devido ao protesto, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) bloqueou uma faixa do Eixo Monumental, no sentido Memorial JK, e uma faixa da pista de retorno para a via do outro sentido. Até a mais recente atualização desta reportagem, não havia registro de engarrafamentos na área.
Nessa terça-feira (10/6), a Justiça do Distrito Federal aplicou multa de R$ 100 mil para cada ato desse tipo feito pelos enfermeiros da rede pública de saúde do DF.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF), Jorge Henrique de Sousa, destacou que faltam mais de 1,8 mil profissionais e que a categoria exige mudanças nesse cenário. “Queremos justiça para a categoria que tem o menor vencimento entre todas as carreiras da saúde na capital do país”, enfatizou.
Assista:
Além do déficit de profissionais, a categoria denuncia a falta crônica de insumos e a precariedade estrutural. O SindEnfermeiro-DF verificou, por exemplo, que faltam 146 formados nessa área no Hospital Regional de Ceilândia (HRC); que o déficit é de 44% no de Sobradinho (HRS); e que, na unidade de saúde da Região Leste (HRL), no Paranoá, a operação ocorre sem 49,5% dos servidores necessários.
Apesar disso, a categoria decidiu manter 30% dos profissionais em atividade, para garantir atendimentos de urgência em hospitais, unidades de tratamento intensivo (UTIs), pronto-socorros, centros cirúrgicos e obstétricos, na Central de Material de Esterilização (CME), nas unidades de pronto-atendimento (UPAs) e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A paralisação, porém, foi de 100% nas unidades de atenção primária à saúde, nas policlínicas e nos setores de serviços eletivos e istrativos. O sindicato orientou, ainda, que os profissionais compareçam ao local de trabalho para registrar o ponto – à exceção dos que forem participar dos protestos.
Multa
O desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Leonardo Bessa aplicou multa à categoria nessa terça-feira (10/6). Na decisão, o desembargador afirmou que “a notícia de nova paralisação, em 11/6/2025, ocorre em contexto particularmente delicado, diante do atual surto de Influenza, o que agrava os riscos à continuidade dos serviços essenciais à saúde pública”.
A multa de R$ 100 mil foi aplicada no mesmo processo que a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) questionou a greve dos enfermeiros no ano ado.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que, em um regime democrático de direito, é legítima a luta sindical. Além disso, a pasta comunicou que mantém diálogo aberto com as categorias.
“A SES-DF salienta que o concurso público para enfermagem realizado em 2022 ofereceu 101 vagas imediatas e formação de cadastro reserva. Desde então, a pasta nomeou 537 candidatos aprovados para o cargo, conforme publicações no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), e segue em planejamento para novas convocações”, concluiu a secretaria.